Mário Figueiredo evitou alargar-se em comentários sobre a conturbada situação que se vive no União de Leiria, onde os jogadores trabalham com vários meses de salários em atraso e entregaram hoje um pré-aviso de greve aos próximos jogos da Liga. 

«Sabemos que esse é um tema que nos preocupa a todos. Não é só um problema do União de Leiria, é um problema que atravessa outros clubes. Temos estado a trabalhar em soluções no silêncio dos gabinetes, nas reuniões com vários parceiros e com as pessoas interessadas em resolver essa matéria», declarou o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), à margem de uma reunião entre o organismo que preside e Emanuel Medeiros, líder da Associação Europeia de Ligas de Futebol. 

Salientando que o tema dos salários em atraso não estava ligado à reunião que acabara de ter com Emanuel Medeiros - e que serviu para eleger António Laranjo (candidato derrotado às eleições para a LPFP) como representante da Liga junto da Associação das Ligas Europeias de Futebol -, Mário Figueiredo reiterou que os problemas financeiros não são um exclusivo do futebol português.

«Vivemos numa crise profunda em Portugal e o futebol não é exceção. Tem os seus fenómenos de sucesso, como tem os seus problemas. Os salários em atraso são dificuldades de vários clubes, não é um problema só do União de Leiria. Estamos a trabalhar para resolver o problema não só do Leiria, mas de todos os clubes», frisou.

«Na própria Liga temos um modelo que ultrapassa largamente os 'standards' mínimos e médios mundiais ao nível do licenciamento dos clubes e da sua responsabilidade financeira. Os clubes têm de entregar na Liga duas vezes por ano certidões a dizer que têm os salários em dia. O 'standard' que existe em Portugal é bastante elevado e os salários em atraso não são um problema típico de Portugal, também é um problema que se agudiza noutros países europeus. Em Espanha, por exemplo, o cumprimento das obrigações fiscais é bem pior», acrescentou o líder da Liga.

Por fim, Mário Figueiredo rematou as várias questões dos jornalistas sobre este tema com um apelo a uma mobilização para a resolução do problema do incumprimento salarial. «Temos de contribuir todos para essas soluções, estamos a trabalhar nesse sentido. O caminho faz-se caminhando», concluiu.