Carlos Severino, candidato à presidência do Sporting nas eleições de 23 de março, considerou esta sexta-feira que o clube está «completamente falido, quase insolvente» e numa situação de «grande desgraça».

«O Sporting está completamente falido, está insolvente, não pode cumprir os critérios de fair-play financeiro da UEFA», descreveu durante a apresentação das contas do Sporting, indicando que o passivo atual dos “leões” é de 243 milhões de euros, 97 dos quais relativos à Sporting SAD.

Para Carlos Severino, a situação é «muito, muito negra», de «grande desgraça», já que há 45 milhões de euros de discrepância entre o orçamento previsto e os custos estimados de 90 milhões.

«Este prejuízo previsto é tão preocupante que pergunto onde está o dinheiro das receitas»”, questionou.

Paulo Silva Almeida, vice-presidente para a aérea jurídica da Lista A, revelou várias medidas para reverter a situação de défice do Sporting, com a primeira a ser o controlo rigoroso dos custos e das contratações, que passará por uma redução dos custos com pessoal da Sporting SAD em 50 por cento.

Caso seja eleito presidente, nas eleições de 23 de março, Carlos Severino quer reduzir a componente fixa dos contratos dos atletas, reestruturar a dívida negociando com o BES e o Millenium, atuais credores, e com mais bancos, e alienar 38 por cento das ações da Sporting SGPS.

A lista A quer estabelecer «uma regra de ouro», que impõe que não se gaste mais do que um terço das verbas recebidas na época anterior pela venda de atletas em novas contratações, com os restantes dois terços a irem para a amortização da dívida do clube de Alvalade.

Nas opções de Carlos Severino estão também a venda do “naming” do Estádio de Alvalade, a renegociação de patrocínios, que inclui uma eventual «venda» fracionada do equipamento, e um programa de obtenção de fundos junto dos sócios e dos adeptos, que podem apoiar a causa através de donativos.

O candidato da lista A quer também que os jogadores leoninos emprestados regressem ao clube: «Não tem sentido o Sporting estar a pagar vencimentos quando os atletas estão emprestados».

O antigo diretor de comunicação dos “leões” negou ter conversado com Diego Maradona, dizendo que quem tem Johan Cruyff não precisa do ex-futebolista argentino, e criticou a direção demissionária pelo caso Izmaylov.

«Comigo o Izmaylov não estava no Sporting cinco, seis anos a dizer que estava coxo. Se ele tinha problemas no Sporting porque não os tem no FC Porto? Porque no FC Porto há liderança. Se eu ganhar, quem vai mandar no Sporting sou eu», garantiu num dia em que apresentou o hino oficial da sua candidatura.