
Guillermo Ochoa, guarda-redes do AVS, da I Liga portuguesa, quer fazer história no futebol como o primeiro mexicano a disputar seis Mundiais, um feito que, atualmente, apenas ele, Messi e Cristiano Ronaldo ainda podem alcançar.
“Era importante para mim e para o México ter um jogador em seis mundiais. É um sonho real e vou tentar estar presente em 2026. Vou ficar muito contente se isso acontecer, mas, também, não vou ficar triste se assim não for”, disse Ochoa, em declarações à agência Lusa.
O guarda-redes completa 40 anos em julho, mas ainda não encerrou a carreira e mantém-se disponível para a seleção, pela qual soma 152 internacionalizações reconhecidas pela FIFA, além de duas partidas não homologadas pelo organismo, ambas contra Cuba.
“Os números são bons, mas a seleção ainda não acabou. A intensidade e frequência na seleção hoje não é a mesma, mas é a vida. Estou sempre disponível e o treinador acredita. Ele sabe quando devo jogar e os momentos em que sou necessário para ajudar a equipa”, referiu.
Ochoa aponta à sexta presença em Mundiais, superando os compatriotas Antonio Carbajal, Rafael Márquez e Guardado – os dois primeiros já retirados e o último afastado da seleção –, num feito histórico que, em 2026, apenas Messi e Cristiano Ronaldo também poderão alcançar.
“Acredito que eles vão estar presentes. Seria fantástico partilhar o pódio com eles, mas não ouso sequer fazer comparações, porque são três dos maiores jogadores da história do futebol. A única comparação passível é em termos estatísticos”, considerou.
Enquanto adversários, Ochoa destacou o “instinto matador” de Cristiano Ronaldo e Luis Suárez, “jogadores que não erravam e transformavam qualquer remate em golo”.
No entanto, revelou ter sentido “mais dificuldades” contra Neymar, Messi e Ronaldinho, “pela sua capacidade de driblar, fazer o adversário recuar no terreno e provocar mais ‘duelos’ com os guarda-redes”.
O México é a quinta seleção com mais presenças em Mundiais e prepara-se para a 18.ª, numa lista liderada pelo Brasil, com 22. Entre as oito primeiras, é a única que ainda não conquistou o título.
“Às vezes, nos momentos certos, temos de acreditar mais na qualidade. Mas, também, precisávamos ter mais jogadores em equipas de topo ou a atuar fora do México. Serão uns seis, oito, talvez 10, mas faz muita diferença quando defrontamos, depois, as seleções de elite”, explicou.
Ochoa acrescentou a “sorte” aos fatores decisivos, destacando o impacto dos sorteios e do emparelhamento das equipas nas fases mais avançadas das competições.
“Quando comecei eram menos equipas, hoje há mais jogos e mais jogos na fase a eliminar, o que aumenta as dificuldades. Além disso, por mais de uma vez apanhámos pela frente os sempre favoritos Argentina e Brasil”, analisou.
Em 2026, o México será o primeiro país a sediar um Mundial pela terceira vez, agora com Estados Unidos e Canadá, após organizar as edições de 1970 e 1986, que coincidiram com duas chegadas aos quartos de final, nas melhores classificações da seleção azteca.
“Jogar em casa é uma vantagem, mas, como disse, hoje há mais seleções em competição e fica mais difícil. Temos de fazer valer esse fator dentro de campo”, concluiu Ochoa, um guarda-redes pouco dado a superstições, apesar de insistir em jogar com a camisola 13, número que coincide com o dia do seu nascimento.
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