A Olivedesportos refutou, esta sexta-feira, a acusação do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) de que seja responsável pelo atraso nos pagamentos dos prémios aos clubes participantes na edição 2012/13 da Taça da Liga.
Numa carta enviada hoje aos clubes, a que a Lusa teve acesso, a Olivedesportos rejeita ser responsável pelo atraso do pagamento de prémios e diz que na quarta-feira enviou ao presidente da LPFP, Mário Figueiredo, uma proposta de renegociação do contrato.
Na missiva, a empresa liderada por Joaquim Oliveira diz ter tomado conhecimento com «estupefação e indignação» da carta de Mário Figueiredo aos presidentes dos clubes das competições profissionais, na qual diz que a Olivedesportos é «o único responsável» pelo atraso no pagamento de um valor global de 937.250 euros.
Para a Olivedesportos, «são tecidas um conjunto de considerações falsas, injustas e gravemente injuriosas do bom nome» da empresa.
«O anterior patrocinador oficial da LPFP, a Bwin, foi selecionado com o indispensável acordo da Liga e contratado como ‘main sponsor’ da competição, mas esta foi impedida de continuar a atividade, deixando de ser patrocinador. Não obstante essa perda, a Olivedesportos deu execução ao contrato ainda que esse facto lhe tenha causado um prejuízo superior a várias centenas de milhares de euros», refere a empresa, que acrescenta ter desenvolvido «as diligências necessárias para a substituição deste patrocinador».
Na carta, a Olivedesportos adianta que «tal substituição só é viável mediante a identificação por parte da direção da Liga de Clubes de um canal televisivo disponível para emitir, em sinal aberto, os jogos da referida competição».
Atendendo à «conjuntura comercial totalmente desfavorável, com particular incidência no mercado da publicidade», a Olivedesportos «sinalizou em devido tempo à LPFP a necessidade de renegociar o contrato celebrado em 2010, sob pena de este se revelar de cumprimento impossível».
A empresa refere que a LPFP foi alertada «há muitos meses» para a situação, mas «não logrou contratar qualquer canal televisivo», ao mesmo tempo que as propostas de «ajustes e modificações» feitas pela Olivedesportos «esbarraram sempre com a intransigência pessoal do presidente da Liga».
Na quarta-feira, o presidente da LPFP «recebeu uma nova proposta da Olivedesportos de renegociação do contrato e acerto de condições financeiras que permitiram, de forma justa e expedita, ultrapassar esta difícil situação».
Além disso, a Olivedesportos afirma que nesse dia, «e conjuntamente com a mesma proposta, foi confirmado à Liga que todos os pagamentos ainda em dívida, apesar de estarem em discussão, seriam realizados até ao final do corrente mês».
A empresa acusa Mário Figueiredo de preferir violar a confidencialidade das negociações em vez de se preocupar em resolver os problemas da LPFP e dos seus associados. «Só a essa luz se percebe a revelação do teor da carta hoje circulada pelos senhores associados», diz a Olivedesportos.
«Mesmo depois de ter sido vítima de uma atitude desleal por parte do senhor presidente da Liga, de quem é parceira comercial, (ao ver contra si efetuada uma queixa por pretenso abuso de práticas concorrenciais), não deixou de procurar encontrar soluções que viabilizassem a Taça da Liga», acrescenta a empresa.
Acusa ainda o presidente da Liga de ter «na mão uma proposta da Olivedesportos que não recusou, mas a que não dá seguimento», considerando estar a assistir ao «triste espetáculo de alguém que, por incapacidade própria, ou por uma agenda cujos contornos não se percecionam, não consegue defender os interesses da Liga».