E quando tudo parecia perfeito para um passeio solitário pela liderança, o Sporting não quis deixar o FC Porto para trás e consentiu também um empate nesta sexta jornada da Liga. Um dia depois de os dragões escorregarem (2-2) em Moreira de Cónegos, os leões imitaram a desinspiração azul e branca e foram travados com um nulo (0-0) pelo Boavista. Dessa forma, os dois rivais passaram ambos a somar 14 pontos, mais dois do que o Benfica, que foi o único dos ‘três grandes’ a vencer (3-0 ao P. Ferreira) e por isso sai a rir desta ronda.
O resultado surpreendente – ou talvez nem tanto, pois o Bessa é um destino historicamente ‘azarado’ para os leões – começou com surpresas ainda antes do apito inicial. Jorge Jesus promoveu João Pereira, Gelson Martins e Fredy Montero, recompensando o colombiano pelo golo decisivo diante do Nacional. Porém, o avançado ficou ‘em branco’ e foi o espelho da falta de capacidade individual e colectiva da formação de Jorge Jesus. Já o regressado William começava o encontro no banco.
Do outro lado estava um Boavista determinado sob as orientações de Petit, que comemorou da melhor maneira o 39º aniversário, graças ao primeiro ponto roubado aos ‘grandes’.
O encontrou arrancou sob a marca do equilíbrio… e do desacerto. Muita luta dava azo a muitos passes falhados, pouco futebol e zero golos. Infelizmente, seria esse o mote de uma partida ‘cinzenta’ e descolorida no Estádio do Bessa.
Só aos 25 minutos se registou uma ‘cabeçada na apatia’ generalizada. O autor do ‘abanão’ foi o argelino Slimani, que chegou a cabecear a bola para dentro da baliza, mas o lance seria anulado pelo árbitro Artur Jorge Dias por alegada falta do avançado sobre Paulo Vinícius.
Nova polémica abateu-se no jogo apenas sete minutos volvidos, quando Slimani, novamente de cabeça, atirou contra o corpo do defesa brasileiro. Contudo, a bola foi cortada por Paulo Vinicius, sem se perceber se com a mão ou a coxa, deixando os leões a reclamar uma grande penalidade que Artur Soares Dias não viu.
Antes do apito para o intervalo, Jorge Jesus ainda viu a sua equipa desperdiçar boas oportunidades, nomeadamente por Slimani, hoje extremamente perdulário.
No segundo tempo, mais do mesmo. A falta de lucidez e clarividência eram um ponto em comum demasiado forte para as duas formações e assim se explica um nulo que ninguém desejava antes de se formalizar o início. Isso foi ainda mais evidente quando Téo Gutierrez – que havia saltado do banco – falhou escandalosamente aos 60’ de ‘baliza aberta’, na sequência de um passe de Gelson Martins. Nem as entradas de Mané e William Carvalho foram capazes de mudar a feição do empate que se desenhava no destino do Sporting.
Assim, o empate castigou quem mais procurou a vitória, apesar da ausência de inspiração, e recompensou quem lutou por não ter mais nada a perder.
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