O presidente do Vitória de Setúbal confessou hoje que "não era confortável" fazer uma proposta para o treinador Lito Vidigal continuar no comando da equipa principal de futebol, tendo em conta o clima de incerteza no clube.

Os sadinos foram impedidos, pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), de participar nas competições da próxima época, por terem falhado alguns pressupostos no processo de licenciamento, numa decisão que o clube vai recorrer, para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol.

"O Lito Vidigal veio fazer quatro jogos e agradecemos o trabalho e a coragem que teve em nos vir ajudar. Sabemos que perante este cenário não era confortável fazer-lhe uma proposta para continuar na próxima época. Estamos agora concentrados nesta decisão e para a próxima semana vamos pensar no que aí vem", disse Paulo Gomes.

O dirigente, que hoje participou na Assembleia Geral da LPFP, no Porto, confirmou que segunda-feira o Vitória de Setúbal vai apresentar o seu recurso à decisão da LPFP e mostrou-se "confiante" que a normalidade voltará ao clube.

"Para os pontos que disseram que não cumprimos, temos fundamentação legal para se sobrepor. Já tivemos acesso ao registo da Comissão de Auditoria e continuamos na luta pela defesa de um clube centenário, que defende uma cidade de gente de trabalho e honesta", disse Paulo Gomes.

O presidente dos sadinos lembrou que a redução do tempo da janela de transferências, devido à pandemia de covid-19, retirou espaço para que o orçamento da sociedade desportiva pudesse ser totalmente cumprido, causando dificuldades acrescida para corresponder a todos os pressupostos do licenciamento.

"Tivemos de entregar os pressupostos no decorrer do campeonato, o que diminuiu as nossas hipóteses [de receitas] e com a agravante do estado de calamidade que se vive em Setúbal, que legalmente não nos permite fazer coisas que se fazem no resto do país. Essas pequenas diferenças, fazem com que alguns pressupostos não fossem cumpridos, mas não por falta de garantias, porque essas foram dadas", disse o dirigente.

Paulo Gomes confessou que "os adeptos estão preocupados, mas estão unidos" e não deixou de lançar algumas críticas à forma como a LPFP conduziu este processo.

"Estou tranquilo, mas não quero que o Vitoria de Setúbal, pelo seu passado recente, seja o clube mais fácil para resolver problemas da Liga. Isso não vou permitir. Não somos um negócio, somos um clube centenário que respeita todas as instituições e quer ser respeitado", vincou o presidente do emblema sadino.