“Não me parecem, acima de tudo, palavras de tranquilidade e palavras que motivem as tropas e os seus homens. Não me parece que foram adequadas”, disse Paulo Paraty, à margem das comemorações dos 50.º aniversário do Núcleo de Árbitros de Almada e Seixal.

Paulo Paraty referiu também que os árbitros “não recebem os inputs de motivação” que seria importante receberem.

“Há muita gente que devia dar inputs mais positivos aos árbitros”, salientou, acrescentando: “A arbitragem acaba por ser sempre o bode expiatório de muitas frustrações das equipas e dos clubes. Falhas e erros existirão sempre, o modo está na forma como são explorados e como as pessoas se querem aproveitar das falhas”.

Presente na cerimónia esteve também o árbitro de Setúbal Lucílio Batista, que garantiu que os árbitros trabalham “para que tudo corra bem” e manifestou confiança no trabalho de Vítor Pereira.

“Nenhuma preocupação, a equipa do Vítor Pereira tem gerido muito bem a arbitragem portuguesa, tal como o Carlos Esteves e as respectivas associações. Têm feito um excelente trabalho, não há motivos para apreensão”, salientou.

Também convidado para a comemoração, que decorreu em Fernão Ferro, Seixal, o presidente da direcção da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luís Guilherme, fez um balanço positivo desta meia época ao nível de arbitragem, apesar de referir que existem “coisas menos boas e erros” que são importante corrigir.

“Quem tem que julgar, tem que fazer um grande esforço para que os seus erros não possam contribuir para desvirtuar um resultado. São erros involuntários, porque se não fossem a situação teria que ser tratada de outra forma, mas é contra isso que os árbitros lutam, os árbitros lutam permanentemente contra o erro”, disse.

Sobre as palavras de Vítor Pereira, Luís Guilherme afirmou que são “coisas ditas em determinados contextos”.

“A nossa visão da arbitragem é mais geral e mais abrangente. Nós sabemos que o futebol mais mediático está exposto a determinadas situações, que são ocasionadas por casos nos jogos mais mediáticos. A arbitragem tem que estar muito para além disso, num trabalho que vise o futuro e que vise ter melhores prestações. Não nos podemos dispersar em situações do momento”, afirmou.

O presidente do Conselho de Arbitragem da Liga, Vítor Pereira, também esteve hoje no Seixal, mas recusou prestar declarações aos jornalistas.

No entanto, durante o colóquio que foi efectuado, Vítor Pereira considerou que a arbitrem está “muito melhor nos últimos anos” a nível físico e técnico, tendo também afirmado que ninguém gosta mais dos árbitros que ele.

“Ninguém gosta mais dos árbitros e do futebol do que eu. Podem dizer que sim, mas não gostam. Agora, nem todos tiveram foi o sucesso que eu tive e para isso deve-se estar aberto à critica e à auto-critica”, disse.

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