O FC Porto esteve a cerca de dois minutos de perder pela primeira vez na Liga, mas Óliver Torres saltou do banco para segurar a invencibilidade portista nos ‘descontos’ da partida com o Estoril, com um empate (2-2) precioso na 10ª jornada da Liga.

A proeza do médio espanhol foi conseguida em pouco mais de 10 minutos em campo, numa correção essencial aos pecados iniciais de Julen Lopetegui. Com efeito, o treinador espanhol apostou este domingo na titularidade de Adrian, deixando Casemiro e Herrera apenas no centro do meio-campo, em detrimento do habitual trio. O recurso ao avançado visava dar mais apoio a Jackson, mas nem este sentiu essa ajuda, como o meio-campo revelou grandes dificuldades em travar os canarinhos.

Em suma, Adrián Lopez, que custou 11 milhões de euros no defeso, continua a ser um “corpo estranho” na dinâmica da equipa portista e ontem foi mesmo como ver o FC Porto jogar com um elemento a menos durante a sua permanência em campo. Brahimi disfarçou a “inferioridade” azul e branca com mais uma obra de arte. O argelino começa a ser um caso sério de talento em Portugal e faz cada vez mais a diferença.

Todavia, o Estoril não se desuniu em desvantagem e até soube crescer no jogo. Foi assim que conseguiu chegar ao empate aos 27, graças ao cabo-verdiano Kuca, na sequência de uma boa jogada do ataque da formação de José Couceiro.

No segundo tempo, o FC Porto lançou-se em busca do golo que lhe desse a vitória, mas a sofreguidão e falta de lucidez voltaram a sair caras aos dragões. Aos 77’, Tozé foi vítima de uma falta de Fabiano na área e encarregou-se ele mesmo de converter com sucesso a grande penalidade. Uma ‘traição’ amarga do jogador estorilista formado no FC Porto e cujo antigo clube ainda detém uma parte do seu passe.

De uma posição de vantagem à derrota iminente foi pouco mais de uma hora, mas uma hora onde o FC Porto mostrou alguns dos pecados que já lhe custaram pontos esta época. Tudo isso mudou com Óliver Torres em campo, com o jovem médio espanhol a confirmar que é atualmente uma peça imprescindível na manobra do FC Porto.

O golo alcançado por Óliver nos descontos foi a solução ideal para os problemas azuis e brancos na Amoreira. E se Julen Lopetegui até já “refreou” a sua política de rotatividade, alterando ontem apenas dois jogadores, esta política de gestão da equipa terá mesmo de ter algumas ‘honrosas’ exceções. Óliver deverá passar a ser uma das exceções na rotatividade portista.

Com o empate deste domingo, os dragões deixaram o Benfica ganhar dois pontos de vantagem e liderar assim a Liga com mais três pontos do que o FC Porto, que é agora terceiro classificado atrás do Vitória de Guimarães.