Pedro Martins, antigo treinador do Vitória SC, foi questionado sobre os casos de corrupção e violência que estão a marcar a actualidade do futebol português, e frisou que houve uma invasão ao treino dos vimaranenses em janeiro que foi 'tão grave' como a de Alcochete.

Em entrevista ao jornal Record, o atual treinador do Olympiakos foi questionado sobre o alegado envolvimento de João Aurélio na Operação ‘Cashball’ e desde logo defendeu o seu antigo jogador.

"Não quero falar muito sobre isso. O que posso dizer é que o João Aurélio é um grande profissional. É um jogador à Vitória, que sente a camisola e que foi muito importante. Devo recordar que, no primeiro ano, quando tivemos muitas dificuldades porque vendemos o João Pedro e ainda não tínhamos o Zungu e o Rafael Miranda estava lesionado, o João Aurélio foi de uma importância fundamental. Naquele momento, adaptei-o a médio-centro e ele correspondeu. Como homem do futebol fico chocado com tudo o que vem a lume no futebol português. Nós não queremos isto. Não é isto que nos projeta para uma dimensão de excelência. Esta não é a imagem de Portugal e temos de mudar rapidamente", afirmou Pedro Martins, em declarações ao jornal Record.

Já em relação à invasão da Academia do Sporting em Alcochete, Pedro Martins não se quis alongar muito sobre o assunto, mas referiu que foi tão grave como a ocorrida durante um treino do Vitória de Guimarães em janeiro. No entanto, o técnico português considerou que o impacto mediático no Sporting foi mais negativo do que no Vitória pois houve outra forma de lidar com a situação em Guimarães.

"Se são incidentes comparáveis? O pós? Quanto ao pós não, mas porque eu fui um líder e consegui abafar tudo o que havia para abafar no Vitória. Havia uma imagem muito importante para manter que era a imagem do clube. Que foi grave, foi. Disse-o na altura. Mas, de facto, conseguimos manter a imagem do Vitória imaculada", frisou Pedro Martins antes de assumir que os incidentes em Guimarães 'foram' tão graves como os registados em Alcochete.