O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) assumiu-se hoje confiante numa solução que evite a indisponibilidade de os árbitros do primeiro escalão arbitrarem os jogos de novembro e dezembro da Taça da Liga.

Na passada segunda-feira, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) anunciou a indisponibilidade de os juízes arbitrarem os jogos da competição, marcados para 28 e 29 de novembro e 21 de dezembro, devido à contestação ao setor.

“A LPFP tem conhecimento do comunicado da APAF, mas a LPFP não tem responsabilidade no setor da arbitragem, obviamente não estamos satisfeitos nem confortáveis que possa haver este desconforto dos árbitros, assim como a sua possibilidade de paragem. Temos a noção que tudo faremos para que haja um entendimento e que o que está no comunicado da APAF seja resolvido”, afirmou Pedro Proença, à margem de um encontro com jornalistas.

O presidente da LPFP assumiu não saber mais detalhes sobre a reivindicação da APAF, além do comunicado, que dava conta de que “não existem condições para continuar a arbitrar”, atendendo a que “o clima no futebol português se tem degradado cada vez mais nos últimos tempos”.

“Não sei mais detalhes, vão existir reuniões nos próximos dias, até porque há temas para ficarem fechados, e aí acredito que o presidente da APAF vai poder explicar o porquê, em que moldes e em que condições os árbitros vão fazer esta paragem, sendo certo que acredito que vamos encontrar soluções para resolver este tema”, frisou.

Na quarta-feira, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, numa audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República, manifestou preocupação com a escalada do clima de ódio no futebol português, enfatizando, além das suas propostas, a relação com a arbitragem, o comportamento dos adeptos e a ética entre dirigentes.

“Eu não tenho, neste momento, conhecimento das mesmas. Tenho a convicção e certeza que o dr. Fernando Gomes, em momento oportuno, falará com a LPFP sobre o tema. Daquilo que tive acesso, estaremos absolutamente de acordo em relação aos aspetos macro das propostas. Tenho a plena convicção de que a LPFP, com o peso institucional que tem, numa questão tão estruturante do futebol profissional, vai ser ouvida pelas mesmas instâncias”, salientou.

Pedro Proença reafirmou a disponibilidade e concordância do organismo com “a introdução dos meios tecnológicos em defesa da verdade desportiva”, advertindo para alguns riscos da sua utilização.

“Percebemos que a implementação de qualquer projeto tem as suas dores de crescimento, continuamos a acreditar muito neste projeto, e o que interessa é que tudo corra bem, julgo que estaremos perante uma decisão que vai ajudar os árbitros a decidirem melhor”, referiu.

O dirigente explicou ainda o pedido de “averiguação” sobre a inoperacionalidade do videoárbitro a partir dos 66 minutos do jogo entre Desportivo das Aves e Benfica, no domingo, da nona jornada da I Liga.

“A LPFP não está envolvida na implementação do videoárbitro, apesar de ser favorável a ela, em relação ao que se passou no fim de semana, na segunda-feira recebemos uma notificação de que teria existido uma anomalia técnica e o que a LPFP fez foi remeter esse parecer do Conselho de Arbitragem para o Conselho de Disciplina, que decidiu arquivar o processo. Portanto, quanto à LPFP, muitíssimo confortável com o que se tem passado”, sublinhou.

Instado a avaliar a possibilidade de a LPFP passar a custear o projeto do videoárbitro, Proença remeteu uma decisão para o próximo ano, após a definição do International Board (IFAB), prevista para março de 2018.

“Essa será a última fase deste projeto, sabemos que só a meio do próximo ano o IFAB vai decidir se o videoárbitro é ou não reconhecido como uma tecnologia que vai ajudar o futebol. Depois teremos todo o tempo para discutir e decidir a forma e o modelo de sustentabilidade deste projeto”, rematou.