Pedro Proença, presidente da Liga, esclareceu esta segunda-feira que a presença no Gil Vicente na edição 2019/20 da I Liga é um dado adquirido.

À saída de uma reunião com o G15, o dirigente referiu que foram prestados os esclarecimentos necessários aos clubes que se fizeram representar, revelando ainda que poderá  haver "uma compensação" devido ao facto de descerem mais clube do que o previsto.

"O presidente da Liga foi convidado para estar com um conjunto de associados, como é normal nas suas relações e no desempenho da sua função. Foram diversos os assuntos discutidos, a clarificação objetiva de que o Gil Vicente para o ano estará na I Liga, que era um facto adquirido, havia algumas questões que era preciso interpretar, nomeadamente em termos de regulamento. Os clubes têm um sentido de responsabilidade muitíssimo elevado e portanto direi que a grande conclusão foi perceber que eventualmente terão de descer mais clubes do que a normal, o tema foi discutido e eventualmente haverá uma compensação", referiu Proença, em declarações aos jornalistas, citado pelo jornal O Jogo.

O porta-voz dos clubes, que hoje foi o presidente do Paços de Ferreira, Paulo Meneses, confirmou o que Proença dissera.

"Essa era a decisão que todos nós esperávamos que saísse daqui, que fosse mais ou menos consensual", afirmou Paulo Meneses, indicando que tal decisão corresponde a uma "conclusão" sobre a subida do Gil Vicente à I Liga, questão acerca da qual, contudo, se levantaram algumas dúvidas na semana assada, chegando a ser noticiada uma possível impugnação dos campeonatos.

O G15 pediu esta reunião com Pedro Proença na quinta-feira com o intuito de esclarecer aspetos relacionados com a reintegração do Gil Vicente na I Liga na temporada 2019/20, nesse mesmo dia exigida em comunicado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, foi o porta-voz do grupo nessa altura e explicou então que o G15 queria perceber melhor o "memorando, o acordo e a norma em vigor" que sustentam a decisão de devolver o Gil Vicente à I Liga de futebol, em 2019/2020.

Hoje, Proença admitiu que "havia algumas questões que era preciso interpretar", nomeadamente a nível regulamentar, referiu que a reunião com os clubes decorreu com " um espírito muito aberto e de grande disponibilidade" e elogiou os clubes pelo seu "sentido de responsabilidade".

O presidente da Liga de clubes disse que foi também discutida "uma compensação" para o terceiro clube que irá ser despromovido esta época, que caso fosse hoje seria o Tondela, atual 16.º classificado.

Pedro Proença dirigiu ainda "um agradecimento à Federação Portuguesa de Futebol pela forma como tratou este processo", que já se arrasta há mais de 13 anos.

"Hoje foi um esclarecimento que se fez a bem da competição" para que a próxima época possa decorrer com "toda a normalidade", reforçou Proença, considerando que este foi o "ponto final" desse processo.

Despromovido à II Liga na época 2006/07, por alegada irregularidade na utilização de Mateus, avançado atualmente no Boavista, o Gil Vicente viu a LPFP anunciar a sua reintegração na I Liga em 12 de dezembro de 2017, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, em 2016.

Esta instância de recurso declarou nula a decisão de descida do Gil Vicente tomada pelo Conselho de Justiça da FPF, em agosto de 2006.

Na sequência disso, a LPFP aprovou, após recomendação da FPF, a reintegração do emblema de Barcelos no principal escalão na época 2019/20, determinando que, na presente temporada, fossem despromovidos três clubes e promovidos dois da II Liga.

Atualmente, o Gil Vicente disputa a Série A do Campeonato de Portugal - terceiro escalão -, sem que os seus jogos contem para a classificação, por determinação federativa.

Recentemente vários clubes do principal escalão tinham admitido recorrer à justiça para impugnar o campeonato, alegando que a decisão judicial de 2016 não obrigava à reintegração do clube de Barcelos.