O treinador do Tondela desafiou hoje todos os agentes do futebol a refletir sobre um estudo dedicado ao tempo útil de jogo, divulgado pelo Observatório Internacional da modalidade (CIES) e que coloca Portugal em último lugar naquela rubrica.

"Se estamos no último lugar (37.º) na quantidade de minutos, isso é quantitativo, em termos qualitativos são coisas diferentes. O mais importante, sinceramente, é a qualidade ser boa, depois há outras formas de discutirmos e melhorarmos, porque também passa muito pela arbitragem", apontou Pepa.

Neste sentido, o técnico 'auriverde' defendeu "uma reflexão profunda que todos os agentes do futebol devem ter para melhorar" a modalidade, mas, ainda assim, colocou algumas questões sobre a forma como o estudo foi feito.

O relatório emitido esta semana pelo CIES refere que a Liga portuguesa é a que tem em média menos tempo útil de jogo entre 37 competições europeias.

"Não sei até que ponto esse estudo tem as paragens do videoárbitro contabilizadas, logo aí são muitos minutos de paragem. Só a confirmação dos golos, arrisco-me a dizer, às vezes, dois minutos, três, em situações normais, enquanto se festeja e não festeja já há comunicação", considerou.

Pepa referiu ainda que "quando há alguma situação dúbia, vai para os quatro, cinco minutos".

O treinador do Tondela disse ainda que "não vale a pena dizer que são só os clubes mais pequenos" que promovem as 'queimas de tempo', e, por isso, disse que os clubes têm "de estar todos dentro do mesmo barco e, em conjunto, discutir, analisar, perceber o que é que pode ser melhorado e não confundir depois o tempo útil de jogo com qualidade de jogo, são coisas diferentes".