José Peseiro foi apresentado este domingo como novo treinador do Sporting. O técnico português assinou contrato válido por uma época, com outra de opção. O técnico sublinhou que, havendo eleições agendadas para 8 de setembro, o contrato não poderia ser outro.

"Vamos ter eleições e vivemos em democracia. Eu tenho um contrato de um ano com outro de opção e tenho noção de que há eleições. Não fazia sentido não ter essa noção temporal para que quem vem não tenha de carregar um contrato de dois ou três anos, como se passou há um mês ou mês e meio... O tempo escasseia e, em vez de pensarmos em eleições, temos de pensar no Sporting. Que as pessoas que amam o Sporting consigam colocar de parte a desconfiança", apelou o treinador de 58 anos, este domingo, no Estádio de Alvalade", referiu Couceiro em conferência de imprensa.

Questionado se está previsto no vínculo a saída do treinador caso seja essa a vontade da Direção eleita, Peseiro foi perentório: "Não está previsto. Assinei por um ano e mais um de opção".

Apesar de o Sporting partir em desvantagem para o mercado de transferências, Peseiro defendeu uma política de contratações ponderada. "Não estejam todos os dias à espera de contratações no Sporting: estamos atrasados mas não desesperados. O caminho está estabelecido", afirmou.

"Temos uma tradição e uma cultura no Sporting: formar bons jogadores. Muitos bons jogadores têm tido a primeira experiência profissional no Sporting, por isso importa refletir sobre o que é o nosso plantel, os custos, os processos de rescisão. Se não for possível resolver os processos de rescisão, fazer voltar jogadores. Se isso não acontecer, o Sporting não vai acabar. Temos de ter a inteligência para construir uma grande equipa. Tudo isto requer ponderação", referiu.

Peseiro é a escolha de Sousa Cintra para suceder ao sérvio Sinisa Mihajlovic, que foi contratado por Bruno de Carvalho com o intuito de substituir Jorge Jesus, mas não chegou sequer a iniciar funções no terreno.

O técnico regressa a uma casa que bem conhece 13 anos depois. Chegou a Alvalade em 2004 para ocupar a vaga de Fernando Santos. Haveria de discutir o título até ao final, quando perdeu com o Benfica (1-0, na Luz), a 14 de maio de 2005, antes de nova derrota, quatro dias depois, com o CSKA Moscovo, na final da Taça UEFA, em pleno Estádio José Alvalade (3-1). Peseiro ainda preparou e iniciou a época 2005/06, mas saiu após derrota com a Académica (0-1).

Com 58 anos, Peseiro volta ao ativo depois de ter treinado o Vitória de Guimarães na segunda metade da época passada. Também treinou o SC Braga, FC Porto, Sporting, Nacional, e foi ainda adjunto de Carlos Queiroz no Real Madrid. Peseiro conta ainda com passagens pelo comando técnico do Al-Hilal, Panathinaikos e seleção da Arábia Saudita.