Pinto da Costa recebeu hoje a Medalha de Ouro de Gondomar, entregue por Valentim Loureiro, numa cerimónia em que o líder do FC Porto recordou os momentos de felicidade vividos neste concelho, quando «o Porto virou costas ao clube».

O presidente do FC Porto manifestou-se «muito grato» pela distinção tomada por unanimidade pela vereação da Câmara Municipal de Gondomar e pelo facto de esta comenda ser a última entregue pelo amigo Valentim Loureiro, em vésperas de cessar funções como presidente da autarquia.

A Medalha de Ouro de Gondomar, que confere a Pinto da Costa o título de Cidadão Honorário, fez com que o presidente do FC Porto se assumisse, a partir de hoje, como gondomarense e ficasse â disposição dos cidadãos locais para o que necessitarem.

O concelho que viu nascer portistas ilustres como Fernando Gomes, Hilário, Castro e Tó Neves, e que conta com muitos sócios “dragões”, decidiu atribuir a comenda a Pinto da Costa pela visão estratégica que transformou o FC Porto num clube à escala mundial.

Pinto da Costa recordou os momentos de felicidade vividos pelo hóquei em patins em Fânzeres, casa emprestada dos “dragões” enquanto não tinham pavilhão, e relevou a amizade antiga com Valentim Loureiro, desde o tempo em que este era presidente do Boavista.

O líder dos “dragões” referiu que Valentim Loureiro é um exemplo de paixão quando luta por uma causa, sua ou dos seus amigos, e esperar que o cessante presidente da Câmara de Gondomar tenha uma longa vida, porque o país precisa ainda dele.

Valentim Loureiro recordou que foi, juntamente com Pinto da Costa, perseguido, atingido publicamente – referindo-se ao processo desportivo denominado “Apito Dourado” – mas que, no fim, a justiça acabou por prevalecer.

«Desejo-lhe muita sorte à frente do FC Porto e que a equipa do FC Porto continue a vencer, isto porque o Boavista não está na mesma prova, senão já não desejo que ganhe», acrescentou Valentim Loureiro, arrancando alguns risos na plateia, onde marcou presença o staff dos “dragões”.

No final da cerimónia, já num ambiente menos formal, Pinto da Costa abordou ainda alguns temas da atualidade, como o momento do FC Porto, a abertura da Câmara do Porto aos clubes da cidade, anunciada por Rui Moreira, e a situação da arbitragem.

«Não gosto de falar de festejos antes de haver razões para isso. Dá azar. Primeiro é preciso ganhar e depois é que se fala em festejos», disse Pinto da Costa, quando questionado sobre a anunciada abertura dos Paços do Concelho, pelo presidente eleito da CM Porto, Rui Moreira.

A arbitragem mereceu também um lacónico comentário do presidente dos “dragões”, que recordou, uma vez mais, os lances decisivos no empate cedido pelo FC Porto na deslocação ao Estoril.

«Falar de arbitragem é, naturalmente, uma estratégia de muitos. Nós só falamos uma vez e parece que ninguém deixaria de falar. No Estoril, sofremos dois golos. Um em fora de jogo e outro com uma grande penalidade inventada», explicou.

O dirigente portista relativizou ainda a presença no Olival antes do treino de quarta-feira, após a derrota sofrida em casa na véspera frente aos espanhóis do Atlético de Madrid, para a Liga dos Campeões.

«Não houve nenhuma razão especial. Vou ao Olival todas as semanas, sem dia certo e umas vezes mais do que um dia, quando tenho disponibilidade para chegar ao Estádio do Dragão mais tarde do que as 10 horas. Se querem especular por ir ao Olival cumprimentar o treinador e os jogadores, fico feliz por saber», ironizou.

Pinto da Costa defendeu que a ida ao Olival não esteve relacionada com a derrota sofrida na véspera, pois vai lá com frequência, quer a equipa ganhe, empate ou perca.

«Se lá fosse só quando perdesse conhecia menos o Olival do que os jornalistas.»

Agastado com a pergunta que lhe colocaram sobre o alegado sub-rendimento do FC Porto, já contestado pelos adeptos, e se gostava do futebol praticado pela equipa, Pinto da Costa disse que iria fazer uma sondagem aos sócios para saber o que é que pensam e que tem gostado de ver o Arouca, o Benfica, e outros.