O Porto Canal exibiu na noite de segunda-feira o primeiro de dois episódios do programa ‘Vencedores como Sempre - os Homens do Presidente’ com Jorge Nuno Pinto da Costa, no qual este falou sobre os 14 treinadores que conquistaram troféus internacionais ou de campeão nacional ao leme da equipa de futebol do FC Porto ao longo dos seus já largos anos de presidência do clube azul e branco
Pinto da Costa começou por falar daquele que é, talvez, o mais icónico de todos os treinadores da história dos dragões, José Maria Pedroto. "Adorava ouvi-lo falar e estava 50 anos à frente em matéria de futebol. Achei que iríamos fazer uma boa dupla e conseguimos, nesse período, vencer dois campeonatos e Taças de Portugal. Eliminámos o Man. United na Europa, foi um bom período, era um estratega e um bom condutor de homens", o presidente do FC Porto.
Pinto da Costa explicou também como 'roubou' Pedroto ao Boavista. "No Café Orfeu ouvi um grupo de boavisteiros a dizer que estavam a disputar o campeonato com o Benfica e que o FC Porto estava em sexto. Aquilo fez-me uma certa comichão. No dia seguinte a esse episódio fui a casa do Pedroto e ele acabou por assinar contrato com o Porto em minha casa no Mindelo, ainda em segredo, porque o Boavista ia disputar a Taça de Portugal", recordou.
Quando Pinto da Costa foi buscar Bobby Robson a Lisboa
Outro dos treinadores destacado por Pinto da Costa foi Bobby Robson. "Já era admirador dele e cumprimentava-o sempre antes dos jogos com o Sporting. Soube que ele foi despedido quando estava no avião, depois de um jogo europeu na Áustria e ele não percebeu nada. Foi o Mourinho que lhe deu a notícia. Ficou incrédulo. Então fui ter com ele a Lisboa com um amigo que falava bem inglês. Já o apanhei a fazer as malas. ‘Mister, quero que venha para o FC Porto’, disse-lhe. Ele começou por responder ‘loucos, loucos, Portugal não!’, lembrou o presidente do FC Porto.
"Expliquei-lhe que o FC Porto era diferente, ele lá ficou meio convencido e ligou à mulher a dizer-lhe que tinha um clube que o queria em Portugal, mas ela também não queria ficar cá. Disse-lhe que não podia sair assim e não ficar na história em Portugal, que tinha de mostrar a toda a gente e ao Sporting que era um grande treinador e que só no FC Porto é que o podia fazer. No dia seguinte assinou por nós. Foi duas vezes campeão, festejou um dos campeonatos em Alvalade", sublinhou Pinto da Costa.
Artur Jorge e o título europeu em Viena
Marcante foi, também, Artur Jorge, que levou o FC Porto à conquista do seu primeiro título de campeão europeu de clubes. Pinto da Costa lembrou um episódio do técnico em Viena, na final com o Bayern.
"Quando fomos para Viena em 1987 houve um jogador que de manhã foi para a sauna e ele disse 'esse gajo já não vai jogar'. E eu disse ao Artur Jorge: 'Ir à sauna se calhar até lhe fez bem, nós estamos aqui e temos de ser campeões. Não vamos estragar um objetivo por causa da sauna! Ou somos campeões europeus hoje ou nunca mais. Não vamos ficar só na história do FC Porto, vamos ficar na história do futebol português!'. Acho que ele aí ficou convicto de que ia ganhar e disse isso aos jogadores no intervalo: que era hoje ou nunca mais, que iam ficar na história. epois, a segunda parte foi mesmo de quem está louco por conquistar a vitória", frisou.
As apostas em Ivic e António Oliveira
A Artur Jorge seguiu-se o croata Tomislav Ivic, que levou o FC Porto à conquista da Taça Intercontinental. "Não queria alguém da escola do Pedroto e de Artur Jorge, para evitar comparações, porque era impossível fazer melhor. Procurei um treinador com prestígio e futebol para ganhar. Falei com o Ivic e fiquei encantado. Ele conhecia bem a equipa do FC Porto e vi que não tinha medo de pegar numa equipa que era campeã europeia. Venceu o campeonato com 15 pontos de avanço e ganhou a Taça Intercontinental e Supertaça Europeia. Era um treinador extrovertido, uma pessoa fantástica! Depois de sair, quando já era treinador do PSG, encontrei-me com ele e ele tinha na lapela o emblema de brilhantes do FC Porto que eu lhe tinha oferecido. Foi um treinador que nos marcou e que ficou marcado pela passagem pelo FC Porto", rematou Pinto da Costa.
A Bobby Robson, por seu lado, seguiu-se António Oliveira, que daria continuidade ao caminho para o penta com mais dois títulos de campeão nacional - o terceiro e o quarto desse percurso. "Avisei-o que o Robson ia sair mas e disse-lhe que tínhamos de conquistar algo que tínhamos ficado frustrados antes, os dois, por não o conseguir: o tri. Ele respondeu ‘presidente, vamos para a frente’. Alcançou o tri e abriu as portas para o penta com o tetra. No treino direi que os melhores foram Pedroto, Robson e Conceição. O Oliveira não era fantástico a esse nível, mas nasceu para o jogo em termos de visão, tática e substituições. Aí era top! Ttinha a perceção de como correria o jogo e a intuição certa para mexer na equipa a partir do banco", destacou.
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