O plantel do Boavista, da I Liga de futebol, doou hoje bens para ajudar a população da Ucrânia, afetada pela invasão da Rússia, apelando aos adeptos que se associem no sábado a uma recolha solidária no Estádio do Bessa.
“Esta situação impactou o mundo. Aquilo que se está a passar na Ucrânia chocou-nos a todos. É uma boa iniciativa e um apoio mínimo do plantel para ajudar a gente que tem estado a lutar pelo seu território. Esperamos que isto acabe o quanto antes possível”, frisou aos jornalistas o defesa uruguaio Rodrigo Abascal, à margem da ação solidária.
Os jogadores ‘axadrezados’ e a equipa técnica liderada por Petit deixaram vários tipos de bens no cubo solidário, que estará colocado em frente ao recinto portuense no sábado, entre as 09:00 e as 15:30, hora do início do jogo com o Sporting de Braga, da 25.ª ronda.
“É o pouco que podemos fazer, porque creio que não depende muito de nós. Ninguém gostaria de passar por este mau momento. Alimentos, produtos de higiene e roupa já vão dar uma grande ajuda”, notou o central, sendo que a campanha também aceita doações de calçado e bebidas, numa parceria com o Lions Clube e o Leo Clube da Boavista.
A oferta de bens pode ainda ser realizada junto do departamento de relações públicas do Estádio do Bessa, até sexta-feira, das 09:00 às 12:30 e das 14:00 e as 18:00, tal como na Junta de Freguesia de Lordelo e Massarelos, das 09:00 às 13:00 e das 14:00 às 17:00.
“Poderíamos fazer um pouco mais, mas, se dependesse dos jogadores e do futebol, era mais fácil reparar. Não penso que isto dependa do futebol. Efeito da guerra no plantel? A verdade é que conversámos e impacta muito. Há colegas que querem sair do país, mas não podem. É um momento complicado, há que apoiar e esperemos que termine em breve”, finalizou Rodrigo Abascal, de 28 anos, com 28 jogos e um golo esta época.
O Boavista reforçou o apelo a esta campanha na terça-feira, convidando os associados a adquirirem, além do habitual ingresso para o jogo com o Sporting de Braga, um bilhete solidário, cujo custo de 2,5 euros reverte a favor do povo daquele país do leste europeu.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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