A plataforma das forças de segurança que tem protagonizado manifestações por melhores condições salariais criticou esta noite a Liga de Futebol, pedindo-lhe prudência e lembrando que o futebol não está acima da legalidade.
O comunicado da plataforma surge depois de um sábado marcado, no futebol, pelo adiamento do jogo Famalicão-Sporting, por falta de condições de segurança, já que os polícias que deviam estar a trabalhar no estádio apresentaram atestado médico, enquanto outros profissionais da PSP contactados alegaram situações de indisposição.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) exigiu ao Governo, “em especial ao ministro da Administração Interna, a instauração de um processo de inquérito com caráter de urgência, de forma a apurar responsabilidades pelo sucedido, em defesa dos adeptos e das famílias".
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou no sábado à noite que pediu a abertura de um inquérito, e convocou para a manhã de hoje uma reunião com os responsáveis máximos da PSP e da GNR.
A Plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR estranha a situação, afirmando que só houve silêncio da parte do Governo após manifestações de milhares de polícias e guardas, e vigílias em vários pontos do país, o que não acontece agora quando não se realizou um jogo de futebol, “por motivos de saúde”.
Sobre a exigência da Liga de um inquérito, a plataforma diz que as situações de ausência “estão ou serão devidamente atestadas por profissionais de saúde, não devendo um organismo de futebol pronunciar-se relativamente a questões de saúde”.
“À Liga Portuguesa exige-se um comportamento prudente, que respeite o quadro legal, evitando discursos inflamados, capazes de colocar em causa os profissionais de Saúde e os próprios Polícias. Deve a Liga Portuguesa estar ciente que o Futebol não está acima da legalidade ou de outros constrangimentos. A Liga e outras entidades com responsabilidade devem abster-se de fazer comentários que demonstram um total desconhecimento sobre a dimensão do problema”, diz-se no comunicado.
A plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR recorda que na sexta-feira remeteu um ofício ao primeiro-ministro e ao ministro da Administração Interna, no qual avisa que os polícias chegaram ao limite, “podendo desesperadamente extremar posições, como as que estão a desenvolver-se por todo o país”.
A Plataforma, avisou, “não tem condições de enquadrar todas estas situações, que atingirão proporções indesejáveis para todos”.
No comunicado desta noite a plataforma estranha que o primeiro-ministro não tenha recebido o ofício, como disse no sábado o gabinete de António Costa.
Os elementos da PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos que começaram com um agente da PSP a pernoitar em frente à Assembleia da República, em Lisboa, e que depois se alargaram a todo o país.
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