O acesso ao portão foi tapado na quinta-feira com terra colocada num terreno adjacente, propriedade do Ginásio Figueirense, e hoje, em conferência de imprensa, Armando Guindeira, director da Naval, disse desconhecer o autor da movimentação de terras.

«Até esta hora ainda ninguém me soube explicar quem colocou lá a terra», disse o chefe de departamento das camadas jovens da Naval.

De acordo com o dirigente navalista, «se quem colocou a terra é o proprietário do terreno ao lado, devia ter contactado a Câmara Municipal no sentido de demarcarem as extremas e regularizarem a situação».

Manifestou-se «revoltado» e classificou a situação de falta de «bom senso» e «falta de respeito» pela Naval 1.º de Maio.

«Mais uma vez alguém anda a tentar fazer mal, neste caso, às crianças da Naval», declarou.

Apelou à Câmara Municipal para resolver a questão do portão de acesso ao campo de treinos, por onde os futebolistas acedem directamente aos balneários, tendo dirigido uma carta ao presidente da autarquia.

«Se a resposta não for positiva no sentido de vermos o problema resolvido, nós próprios iremos resolver a situação de outra maneira», frisou.

Ouvido pela agência Lusa, Joaquim de Sousa, dirigente do Ginásio Figueirense, assumiu que a movimentação de terras foi efectuada no terreno propriedade do clube, depois de o portão ter sido «fechado a cadeado», alegadamente pela Naval 1.º de Maio.

«O portão não está no limite do nosso terreno, está dentro do nosso terreno. Esteve sempre aberto, mas há uns dias foi fechado a cadeado e não fomos nós nem a Câmara», argumentou.

De acordo com Joaquim de Sousa, o Ginásio Figueirense agiu dentro da sua propriedade, já que, alegou, o terreno do clube – cedido pela autarquia para construção de uma piscina – «estende-se para lá do portão e da rede do campo de treinos», de acordo com a delimitação feita pela autarquia no verão passado, disse.

«O que existiu neste caso foi invasão da nossa propriedade», acusou.

Já o vereador com o pelouro do Desporto da autarquia da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, disse que a Câmara Municipal «não teve conhecimento da movimentação de terras» quando esta ocorreu, não se alongando em comentários sobre o caso.

Disse apenas que a autarquia fez hoje as «diligências necessárias no sentido de o portão ser deslocalizado para permitir o acesso ao campo de treinos».