A falta de oportunidades no principal escalão do futebol português, melhores condições financeiras e a ambição de jogar nas competições europeias são as principais razões que levaram mais de 50 jogadores lusos para o Chipre.

Na primeira divisão cipriota, só três das 14 equipas não têm, pelo menos, um futebolista luso no seu plantel e ao todo são mais de meia centena, contando também com o segundo escalão.

«Em Portugal não há muito espaço para o jogador nacional e como os primeiros jogadores que vieram para cá deram um boa imagem, as equipas cipriotas começaram a apostar mais nesse mercado e felizmente tem corrido bem», explicou Nuno Morais.

O agora ‘trinco’ do APOEL Nicósia deixou o Chelsea em 2007/08 e seguiu para a capital cipriota, de onde nunca mais saiu.

«Tem sido excelente, o primeiro ano foi um pouco complicado, foi difícil habituar-me, mas a partir daí tudo tem corrido bem. As pessoas falam inglês, por isso a língua não é um obstáculo. Se nos próximos anos continuar aqui fico muito feliz», reforçou o jogador de 27 anos, que se prepara para defrontar o FC Porto na Liga dos Campeões.

«Vai ser um jogo especial», confessou.

Colega de equipa de Nuno Morais no APOEL, o também médio Hélio Pinto, que começou a sua aventura no Chipre em 2005/06, vai mesmo mais longe e diz que só abandona o país se acontecer «uma grande surpresa».

«Estou muito feliz aqui, sinto-me muito bem nesta equipa e não vejo razões para sair. Só se aparecer assim um grande clube», comentou o jogador luso.

Igualmente com 27 anos, Hélio Pinto, que primeiro vestiu a camisola do Apollon Limassol, contou que passou por algumas dificuldades no início da sua carreira, tanto no Benfica como no FC Sevilha [Espanha], e que a sua ida para o Chipre foi «decisão mais certa possível».

«Foi um tiro no escuro, mas, graças a Deus, tenho sido mesmo muito feliz aqui», disse.

Em Nicósia há menos tempo do que os outros dois compatriotas, David Caiado destaca que no Chipre o «jogador português é sinónimo de qualidade».

«A nível financeiro é forte e os jogadores preferem vir para cá. O jogador português aqui é sinónimo de qualidade e, por isso, apostam mais nisso», comentou o extremo do Olimpiacos Nicósia.

«Se calhar até tem mais portugueses do que o campeonato português», brincou.

Caiado, que fez a sua formação no Sporting, explicou que o calor acaba por ser um obstáculo, por isso os treinos são sempre ao fim da tarde, e que inicialmente não é fácil «conquistar» o povo cipriota.

«Inicialmente, não são tão acolhedoras, mas depois, com o tempo, acabam por ser pessoas muito simpáticas. Também tenho aqui amigos já de Portugal e encontramo-nos muitas vezes», concluiu.

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