O presidente da Académica, José Eduardo Simões, apelou hoje ao Ministério Público e à Polícia Judiciária para que investiguem contratos de jogadores de clubes que “pagam por fora” e incluiu neste grupo o Gil Vicente, da II Liga.
No final do jogo Académica-Sporting, que os ‘leões’ venceram por 3-1, o dirigente da ‘briosa’ surgiu na sala de imprensa para dizer que o clube não deve nada ao fisco e está a cumprir “escrupulosamente” os acordos de pagamento.
“Faço um apelo ao Ministério Público, Polícia Judiciária, Autoridade Tributária e Segurança Social para que investiguem contratos de jogadores que são parcialmente pagos, por fora, em dinheiro”, disse José Eduardo Simões, solicitando uma atuação “sem demora”.
O presidente da “briosa” mostrou-se indignado com as críticas recorrentes do presidente do Gil Vicente, António Fiúza, de que a Académica deve à Autoridade Tributária e à Segurança Social, e disse existirem suspeitas de que o clube minhoto está no grupo daqueles que, “aparentemente”, têm baixos orçamentos, mas pagam aos jogadores “por fora”.
“Nós temos tudo registado com o deve ser. Por isso é que as contas ao Fisco e à Segurança Social são tão elevadas, muito mais elevadas do que em alguns clubes, com os quais, curiosamente, não conseguimos competir para arranjar jogadores”, sublinhou o dirigente, considerando que é preciso dar um “abanão no futebol” português.
O Gil Vicente informou durante a semana ter enviado ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e à ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, um dossiê sobre as irregularidades fiscais de alguns clubes de futebol no processo de candidatura às provas oficiais.
O clube de Barcelos, despromovido à II Liga, não se conforma com o facto de a Segurança Social ter emitido uma certidão a confirmar a situação contributiva regularizada de alguns clubes, nomeadamente Académica e Vitória de Setúbal, o que lhes permitiu inscrever e utilizar jogadores com contrato, participando na edição 2015/16 da I Liga.
De resto, chegou mesmo a enviar uma carta ao diretor da Segurança Social a denunciar a situação contributiva de Vitória de Setúbal e Académica, que, por não preencherem integralmente os pressupostos exigidos, nomeadamente falta de certidões da Autoridade Tributária e Aduaneira e do Instituto de Segurança Social, ficaram impedidas de registar contratos de trabalho ou de utilizar os jogadores com contratos registados até que a situação fosse normalizada.
No caso da Académica, o Gil Vicente alega um passivo tributário na ordem dos 500 mil euros, mais dívidas à Segurança Social.
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