O presidente da Liga, Mário Figueiredo, afirmou hoje que só depois dos clubes de futebol terem condições para o aumento das receitas é que poderá aplicar as regras de fair-play financeiro exigidas pela UEFA.

O dirigente, que falava à margem do almoço de convívio entre os clubes presentes na final da Taça de Portugal, Benfica e Vitória de Guimarães, que hoje se realiza no Estádio Nacional, em Oeiras, lembrou que «não se pode matar o doente com a própria cura», frisando que irá apresentar «no início de junho um conjunto de medidas com vista a sustentabilidade do futebol».

«Estamos a trabalhar em dois cenários. Primeiro o aumento das receitas e o outro o equilíbrio financeiro dos clubes. Se neste momento adotássemos em Portugal, a todos os clubes da I e da II Liga, as regras do fair-play financeiro da UEFA provavelmente metade dos clubes não conseguia inscrever-se. Não podemos dar cabo de uma indústria que produz para o país 970 milhões de euros em 10 anos de um momento para o outro», alertou Mário Figueiredo.

Segundo o presidente da Liga, uma das prioridades passa pelo aumento do encaixe resultante das transmissões televisivas.

«Quando chegámos, os clubes da II Liga recebiam cerca de 150 mil euros por época. Agora recebem 250 mil. Queremos que se chegue aos 500 mil. Neste escalão, para se manter um plantel, é necessário, no mínimo, 750 mil euros. Neste momento os clubes não têm encaixe financeiro suficiente», concluiu.

No almoço de convívio destinado a todos os envolvidos na Taça de Portugal estiveram, para além de Mário Figueiredo, os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, do Benfica, Luís Filipe Vieira, e do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, bem como os autarcas de Lisboa, Oeiras e Guimarães, e o secretário de Estado do Desporto e Juventude.