O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, defendeu hoje a necessidade do reconhecimento formal e profissional da carreira dos treinadores de futebol, um desporto que representa 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

“Temos trabalhado de forma a que a capacitação, o recrutamento, a regulamentação daquilo que é a atividade do treinador em Portugal possa ser uma realidade”, assumiu.

Na abertura do Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), o presidente da Liga de clubes defendeu a necessidade de “dar dignidade àquilo que é a função do treinador português”.

“Aquilo que deve ser o reconhecimento formal e profissional da carreira do treinador, conseguir combater a incapacidade, muitas das vezes, dos clubes em cumprir com as suas responsabilidades”, acrescentou.

Pedro Proença assumiu que LPFP e ANTF têm trabalhado em conjunto nesta matéria, porque “a dignificação do treinador português é absolutamente fundamental”, tendo em conta, argumenta, o que representa a indústria de futebol no PIB de Portugal.

“A indústria do futebol representa mais de 600 milhões de euros [ME] de receitas, são mais de 200 ME de impostos pagos anualmente. A indústria do futebol representa mais de 0,3% do PIB e isso dá-nos responsabilidade, mas também a capacidade de solicitar ao executivo governamental que olhe para o futebol como uma verdadeira indústria”, justificou o presidente da Liga de clubes.

Na intervenção anterior, o presidente da ANTF, José Pereira, tinha defendido a necessidade da “valorização do treinador”, defendendo que, para isso, deve ser objeto de discussão o “reforço ao direito individual da formação”.

Isto, continuou, “requalificando os vários ativos, também através da adequação de percursos formativos, afetação de fundos comunitários e resposta do sistema nacional de formação”.

“A nossa política de formação profissional deverá ser sempre uma prioridade em termos políticos e em termos federativos. Cada vez mais, a melhoria do futebol passa pelo aumento das qualificações profissionais”, defendeu.

No seu entender, “a identidade do treinador constrói-se”, com José Pereira a desejar ainda que “a excelência seja um hábito, na convicção de que a ciência, sem conhecimento, apenas serve a ciência”.

O Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol realiza-se hoje e terça-feira em Viseu, cidade europeia do Desporto em 2024, e conta com a presença de cerca de 1.000 treinadores de futebol e futsal.