O presidente da União de Leiria SAD, Manuel Mendes, defendeu hoje que só em assembleia "será possível chegar a um acordo" com os credores da sociedade, que reclamam o pagamento de um total de 13,5 milhões de euros.
Hoje, estava marcada para o Tribunal de Leiria uma audiência preliminar entre a SAD e a Lena SGPS, que reclama uma verba pela venda do jogador Maciel, mas a sessão foi anulada. Na quarta-feira, está prevista uma tentativa de conciliação entre a sociedade e a Leirisport, que exige o pagamento de 500 mil euros pela utilização do Estádio Municipal de Leiria.
Manuel Mendes considera, contudo, que «não faz sentido haver reuniões sectárias quando a questão vai ser resolvida em assembleia de credores».
Segundo o atual presidente da SAD, «o gestor de insolvência está a estudar a situação» para «propor uma tentativa de solução na próxima assembleia de credores», ainda sem data.
«Quem tiver a maioria do capital é que vai ter de decidir, aí, o que vai acontecer. E o que for decidido será aplicado a todos os credores», sublinha Manuel Mendes.
A primeira tentativa de conciliação entre a União de Leiria SAD e os credores, a 12 de setembro de 2012, no Tribunal de Leiria, falhou, com a sociedade a não reconhecer alguns dos 107 reclamantes.
Na ocasião, a nova administração da SAD alegou desconhecer os credores, tendo a juíza alertado que a SAD terá de assumir as dívidas contraídas pela anterior administração, independentemente de conhecer ou não os credores.
Falhada essa tentativa de conciliação, caso exista acordo com 50,1 por cento dos credores, será convocada uma assembleia de credores para votar a viabilização da sociedade anónima desportiva.
Caso as negociações falhem, o processo de revitalização não avança e a SAD terá então de responder ao pedido de insolvência reclamado em tribunal, em março deste ano, por uma agência de viagens de Fátima, por uma alegada dívida de 162 mil euros.
Os credores da SAD da União de Leiria reclamam o pagamento de um total de 13.507.891,54 euros, sendo o Estado o maior credor, com um quarto daquele valor, pouco mais de 3,265 milhões euros por dívidas em sede de IRS e IVA, além dos respetivos juros.
Como segundo maior credor da SAD apresenta-se o ex-presidente, João Bartolomeu, que pede a devolução de 300 mil euros emprestados a título pessoal e reclama, através das empresas Materlis e B-Investimentos, de que é titular, 1,475 e 1,356 milhões de euros, respetivamente.
A Lista Provisória de Créditos integra 25 jogadores de futebol, uma dezena de treinadores e ainda clubes, médicos, funcionários da SAD, escritórios de advogados, bancos, empresas de jardinagem e turismo, empresários de jogadores, entre outros.
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