O Presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol votou contra a decisão de punir Jorge Jesus por 15 dias, na sequência das críticas ao árbitro-assistente que validou o terceiro golo dos "dragões" no Benfica-FC Porto da temporada passada para a 1ª Liga.

Herculano Lima, Presidente do órgão disciplinar da Federação explicou que votou contra no acórdão que puniu o treinador do Benfica, por entender que o mesmo é «ilegal».

No acórdão divulgado pela Rádio Renascença, o Presidente do Conselho de Disciplina disse que Jesus «limitou-se a contestar uma decisão real e inequívoca da arbitragem. Dessa falha grave e indiscutível resultou a vitória do clube visitante e consequente vitória do campeonato, por parte do clube que beneficiou do erro», escreveu Herculano Lima.

O treinador do Benfica disse na altura que o árbitro-assistente viu e não marcou o fora-de-jogo de Maicon no terceiro golo do FC Porto porque não quis. Para Herculano Lima, as palavras de Jesus foram «um mero desabafo, em defesa do seu clube».

Aliás o próprio Presidente do órgão federativo concorda com a opinião de Jesus. «O árbitro em causa tinha todas as condições para ver a falta e tinha obrigação funcional de o fazer, e não o fez, por motivações que só ele sabe», escreveu Herculano Lima, ao justificar porque votou contra a punição do treinador do Benfica.

Herculano Lima contestou a decisão dos outros três colegas que votaram a favor da punição. «O treinador, que era um dos grandes ofendidos do erro cometido, passou, por artes mágicas, a arguido e, nessa qualidade, punido disciplinarmente...», escreveu Herculano Lima, no acórdão divulgado pela Rádio Renascença.

E vai mais longe nas críticas: «Ao que transparece do acórdão em causa, os árbitros são autênticos deuses que não podem ser criticados, sendo as suas decisões intocáveis...»

Jorge Jesus foi punido com 15 dias de suspensão e multa de 1500 euros. Apesar disso, não irá faltar qualquer jogo do campeonato, uma vez que o Benfica só volta a jogar para a Liga Portuguesa no dia 23 de setembro.