Os órgãos sociais do Desportivo das Aves apresentaram queixa às autoridades judiciais por dois atos de vandalismo, incluindo pinturas nas paredes da residência do presidente Armando Silva, anunciou hoje o lanterna-vermelha da I Liga de futebol.
“Hoje, a habitação do presidente da direção do Clube Desportivo das Aves e o estabelecimento comercial de um vice-presidente do mesmo órgão foram alvo de atos de vandalismo, com pinturas nas paredes. Já foram apresentadas as respetivas participações criminais, sendo que estes órgãos sociais irão acompanhar com especial atenção o desenrolar das diligências”, pode ler-se em comunicado publicado no sítio oficial do emblema do concelho de Santo Tirso.
Sem pressupor os motivos, os corpos gerentes do Desportivo das Aves mostraram-se solidários com os dois dirigentes em relação aos “grosseiros comportamentos”, que serão acompanhados “com o intuito de salvaguarda e proteção do nome e imagem do clube”, além da “defesa do respeito e reconhecimento devidos aos dirigentes visados”.
“Quem praticou estes atos cobardes e injustificados não conhece seguramente a grandeza e a história do clube, que, ao longo dos anos, sempre soube respeitar todos quantos o representaram. Hoje, celebra-se o dia da Liberdade. Aqueles que por ela sempre lutaram só podem sentir-se envergonhados com esta atitude, que em nada dignifica os valores do nosso clube”, termina a nota assinada pelos corpos sociais.
Os dois atos de vandalismo representam o último episódio de uma série de contrariedades desportivas e financeiras vividas pelos nortenhos desde agosto, mais de três semanas depois de terem falhado a regularização salarial de atletas e jogadores referente ao período entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020.
A SAD liderada por Wei Zhao justificou as dívidas com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de covid-19, mas o processo foi encaminhado da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol em 03 de abril.
Os salários dos dois primeiros meses do ano começaram a ser liquidados cinco dias depois, mas o guarda-redes francês Quentin Beunardeau e o avançado brasileiro Welinton Júnior optaram por rescindir os vínculos com o Desportivo das Aves, que pode perder entre dois a cinco pontos, face aos 13 somados em 24 jornadas, nove abaixo da zona de salvação.
Já na terça-feira, a sociedade anónima avense admitiu agir judicialmente contra os autores de dois alegados telefonemas entre membros da administração, que chegaram a circular nas redes sociais e das quais se demarcou, aludindo a supostas vendas de resultados, à passagem do ex-treinador Augusto Inácio pelo clube ou à intenção do empresário chinês em vender parte das ações.
O plantel comandado por Nuno Manta Santos está de férias até segunda-feira, numa decisão acordada entre os jogadores e a administração da SAD, antecipando uma possível retoma da I Liga e mudanças no calendário da próxima época.
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