O presidente do Vitória de Guimarães e candidato da lista B às eleições de 24 de março, Júlio Mendes, considerou hoje que o clube da I Liga portuguesa de futebol pode perder o poder que tem na SAD, com o plano financeiro apresentado pela lista opositora.
A afirmação surge depois de, na segunda-feira, o movimento ‘Novo Vitória’, encabeçado por Júlio Vieira de Castro, ter anunciado um plano de investimento de 70 milhões de euros para o triénio 2018-2021, e foca-se principalmente nos 20 milhões de euros de aumento de capital que a candidatura adversária quer promover em três anos.
"O clube fica à mercê de quem o quiser comprar. Ao contrário do que diz o engenheiro Castro, quando afirma que esta é a última oportunidade de devolver o clube aos sócios, eu digo que esta é a última oportunidade de os sócios ficarem sem o clube", frisou o dirigente, em conferência de imprensa promovida numa unidade hoteleira de Guimarães.
O candidato do movimento ‘Contigo Vitória’ (lista B) realçou ainda que, com o aumento de capital previsto para a SAD - tem um capital social de 4,5 milhões de euros -, "o clube tem de fazer um aumento de oito milhões de euros" para manter os 40% que detém, algo que considerou implausível, pelo facto de ter ainda nove milhões de dívida.
Caso não consiga acompanhar qualquer aumento, disse ainda o dirigente, o Vitória de Guimarães poderá ficar com uma percentagem reduzida na SAD ou à mercê de uma maioria qualificada de, pelo menos, 75% de um investidor, que pode levar à perda de alguns direitos consagrados nos estatutos, como o veto, a designação do presidente do Conselho de Administração e a autorização de aumentos de capital.
"Quem faz esta proposta não tem consciência do que está a sugerir ou a propor, ou tem por detrás uma estratégia, ao contrário do que defendem os nossos opositores, de não devolver o clube aos sócios, mas tirar o clube aos sócios", disse.
O atual presidente criticou ainda o papel de Ziad no seio da lista A - diretor geral da SAD preconizada por Vieira de Castro -, relembrando que o tunisino disse em 2016 que sentia legitimidade para ser presidente dos vitorianos, e ainda os 14 milhões de patrocínios garantidos pelo ex-avançado tunisino, lamentando a sua "falta de transparência" por não ter anunciado a proveniência de tais fundos.
Sobre a restante verba do plano de investimento da lista adversária - 15 milhões de receitas da SAD e os 21 milhões do contrato televisivo -, Júlio Mendes frisou que essa porção do financiamento proposto por Vieira de Castro se deve ao trabalho desenvolvido pela sua direção nos últimos seis anos.
Comentários