A Direção Nacional da PSP esclareceu hoje que o dispositivo de segurança destacado para os festejos benfiquistas de domingo, em Lisboa, estava “ajustado”, tendo sido reorganizado quando se registaram confrontos entre adeptos e a força policial.

“A opção por um dispositivo de segurança de caráter menos ostensivo, com elementos da UEP (Unidade Especial de Polícia) sem o equipamento de segurança de nível máximo, revelou-se ajustada em determinada fase do policiamento”, porque se encontrava “num contexto festivo”, refere a PSP num esclarecimento enviado à agência Lusa.

Segundo a PSP, quando “surgiu um cenário imprevisível, com a presença de elementos desordeiros e com clara intenção de adotar comportamentos violentos”, foi necessário reorganizar a força, equipando-se os “polícias com um nível de proteção mais elevada”.

No esclarecimento enviado à Lusa, a PSP insiste que para os festejos do Benfica no Marquês de Pombal, em Lisboa, foi “elaborada uma análise de risco com base em vários cenários plausíveis” e que “foram efetuados ajustamentos no sentido de se minimizar vulnerabilidade que pudessem ser exploradas”.

“Importa, pois, referir que se entende não se poder estabelecer um nexo de causalidade direto entre os distúrbios ocorridos nas Praça Marquês de Pombal e o quadro de medidas organizativas e de segurança, planeado e implementado para este evento em concreto”, salienta a PSP.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia pediu hoje ao comandante do Corpo de Intervenção da PSP para esclarecer a ordem dada aos elementos para não usarem equipamentos de proteção nos festejos dos adeptos benfiquistas em Lisboa.

Nos incidentes de domingo ficaram feridos 16 polícias com escoriações devido ao arremesso de pedras, garrafas de vidro e material pirotécnico.

Na terça-feira, uma fonte ligada ao processo confirmou à Lusa que a PSP deu parecer negativo aos festejos do Benfica no Marquês de Pombal, alegando que o modelo concebido não era adequado em termos de segurança.