A PSP nega o «uso desproporcionado da força» no policiamento do Estádio do Bonfim, domingo, palco do jogo de futebol entre Vitória de Setúbal e Benfica, sublinhando também que nunca interveio «junto de crianças ou senhoras».

Em comunicado, a direcção nacional da Polícia de Segurança Pública apresenta o seu relato dos incidentes que marcaram o jogo do Bonfim, poucas horas depois do presidente do Benfica ter escrito à PSP para que se apurasse «da necessidade e da violência utilizada».

«A PSP afasta liminarmente qualquer acusação de uso desproporcionado da força e em momento algum interveio junto de crianças ou senhoras, como foi publicamente acusada», sintetiza o comunicado da polícia.

A nota refere que foi necessário «reter nas bancadas» as claques do Benfica, nomeadamente os No Name Boys e os Diabos Vermelhos, para prevenir confrontos, o que não impediu que tivessem sido arrancadas cerca de 400 cadeiras, arremessadas sobre os elementos da polícia.

A violência das claques terá começado, segundo a PSP, no seguimento da detenção de um indivíduo que tentava furtar uma bandeira nacional, hasteada no Estádio do Bonfim.

«De forma a cessar esta incitação à violência, bem como salvaguardar a integridade física dos elementos policiais e espectadores, foi necessário repor a ordem pública, dentro dos limites estritamente necessários», refere o comunicado.

Fora do estádio, a PSP dá conta de terem sido arremessadas garrafas de vidro, tendo sido atingidos quatro elementos policiais «que careceram de tratamento hospitalar».

Nesses incidentes foi feita mais uma detenção, facto que se junta à expulsão, no decorrer do jogo, de três elementos das claques, «por lançamento de petardos e incentivo à violência».

Por outro lado, a PSP apenas refere uma entrada no hospital de São Bernardo, em Setúbal, de um cidadão que terá sido agredido «por desconhecidos».

Luís Filipe Vieira afirmava na carta ao Comandante Nacional da PSP que o Benfica recebeu muitos relatos que «dão conta do excesso de violência e da desproporção da força utilizada, em face dos acontecimentos verificados no final do jogo».

Numa nota publicada no site do Benfica referia-se que Luís Filipe Vieira pediu ao comandante da PSP para que apure «da necessidade e da violência utilizada» naquela intervenção policial, sublinhando que muitas mulheres e crianças tiveram que receber assistência hospitalar.