A perda de pontos de Benfica e FC Porto era apenas uma brisa que chegava ao estádio de Alvalade, mas chegava para entusiasmar até os mais descrentes e fazê-los voltar a pensar numa possibilidade que há muito é pouco mais do que um sonho. Marco Silva percebeu-o e os jogadores interiorizaram-no no jogo da 26.ª jornada, com o V. Guimarães, disputado este domingo.

A continuidade de Ewerton ao lado de Paulo Oliveira e o regresso de William após castigo foram as novidades dos "leões". Nos vimaranenses, Sami voltou ao onze pelos mesmos motivos do médio sportinguista. Rui Vitória tinha ressalvado a importância da eficácia e Marco Silva voltou a insistir no lema de vitória. Ambos provaram estar completamente certos.

Os minhotos começaram mais fortes a atrevidos (com uma sequência de cruzamentos) mas perderam o gás no momento em que também perderam a posse da bola. Ao Sporting, tudo correu bem. Marcou cedo, depois de um grande cruzamento de Carrillo para o segundo poste, e viu um remate de Miguel Lopes defendido para a barra acabar num penálti de Josué.

Adrien converteu e à meia hora o Sporting já tinha uma vantagem de dois golos. A desorientação e passividade do Vitória era grande e permitia ao Sporting ter um grande caudal ofensivo. Pedia-se o intervalo, mas não antes de Slimani fazer o terceiro após cruzamento de Miguel Lopes novamente para o segundo poste. Estava decidido o jogo, só faltava saber o resultado.

Rui Vitória disse, e muito bem, que esperava "pelo intervalo para reequilibrar a equipa", mas recebeu o balde de água fria quando já pensava em arrepiar caminho para o balneário. Contudo fê-lo na mesma e, sem nada a perder, tirou Bruno Gaspar (defesa) e colocou Ricardo Valente (médio) em campo.

O Guimarães tornou-se mais forte na bola dividida e conseguia recuperar a bola mais perto da área do adversário. Isto acontecia tanto pela mudança tática como pela diminuição do ritmo do jogo sportinguista. O resultado foram três boas oportunidades: um salvou Patrício e as restantes couberam aos postes tratar do assunto.

Via-se que Nani tinha necessidade de brilhar e Marco Silva fez-lhe a vontade ao deixá-lo marcar o penálti (duvidoso), que carimbou o "chapa quatro". Cinco minutos depois, nasce o tento de honra dos visitantes por intermédio de Kanu. Paulo Oliveira viu o segundo cartão amarelo e recolheu mais cedo ao balneário depois de fazer falta sobre Tomané.

Nasceu o 4-1 na sequência de um livre onde o esférico confundiu toda a gente presente no relvado e deixou os 35 mil adeptos nas bancadas com dúvidas se aquilo seria mesmo futebol.

O desfecho acabou por ser pesado tendo em conta o trabalho dos dois conjuntos, mas permitiu a Marco Silva continuar sem perder em casa e o Sporting encurtou distâncias para os rivais (Benfica a 9 pontos e FC Porto a 6) e parece ter cada vez mais seguro o 3.º posto da tabela, pois Marco Silva relembrou que há "um grande atraso" para nortenhos e "encarnados".

Destaque: Em nota de rodapé é importante destacar Miguel Lopes que fez um jogo enormíssimo (principalmente nas perigosas subidas ao ataque) e poderá vir a roubar o lugar a Cédric - tanto no Sporting como na Seleção das Quinas - caso mantenha a disponibilidade para o encontro que apresentou este domingo.