Sporting e Benfica chegam ao dérbi de Lisboa separados por três pontos. Os "leões" golearam nos dois anteriores encontros e são um dos líderes da Primeira Liga, ao passo que os encarnados vêm de uma importante e moralizadora vitória alcançada no fatídico minuto 92 (de tantas desgraças) frente ao Gil Vicente, depois da derrota na Madeira frente ao Marítimo na jornada inaugural.
Apesar de o Benfica possuir um conjunto com mais soluções, com jogadores que jogam juntos há mais tempo e com um treinador que está no clube há quatro anos, o Sporting tentará tirar partido do fator-casa e de estar melhor animicamente para vencer o dérbi de sábado.
Tanto de um lado como do outro, vários são os jogadores que podem emergir como heróis no encontro. As duas formações são muito perigosas pelos corredores, principalmente o Benfica que tem dois laterais muito ofensivos (Maxi e Bruno Cortez) e ainda várias e muito boas soluções para as alas, como sã os casos de Sálvio, Gaitan, Ola John, Djuricic e Sulejmani.
A chave do jogo pode passar pelas "asas", onde o Benfica tem mais soluções. Os laterais do Sporting, não sendo tão fortes a defender (Cedric melhor que Jefferson), precisarão da ajuda dos médios e dos extremos para fechar os corredores ao Benfica.
Mas é também pelos flancos que o Sporting pode causar maior perigo. Os "leões" estão a praticar um bom futebol, onde os extremos têm tido um papel importante. Wilson Eduardo de um lado e Carillo do outro podem ser uma dor de cabeça para Maxi e Bruno Cortez, principalmente se estes forem apanhados em situação de um-contra-um, como sucede várias vezes com o Benfica. Matic e Enzo Pérez terão de ajudar os seus colegas nas laterais, tal com os centrais que deverão estar atentos às subidas companheiros da defesa.
Os duelos entre Benfica e Sporting são jogos de grande intensidade e nem sempre os avançados são os homens dos golos. Nos últimos anos os defesas centrais tem deixado a sua marca e decidido jogos, num item onde o Benfica parece estar em vantagem em relação ao Sporting.
São nos lances de bola parada (cantos, lançamentos longos e livres para a área) que o Benfica poderá explorar a baixa estatura da defensiva leonina e impor o seu jogo aéreo. Os encarnados contam com jogadores de elevada estatura e excelentes cabeceadores, como são os casos de Luisão, Garay, Matic, Lima (deu a vitória frente ao Gil Vicente, de cabeça) e o próprio Cardozo, que tudo indica, estará em Alvalade.
Mas o Sporting também não fica atrás. Maurício já mostrou que é agressivo nos lances de bola parada na área adversária (apontou um golo ao Arouca) e Montero, apesar dos seus 1,76 metros, já provou que é bom cabeceador.
Mas o foco no golo estará certamente nos avançados. No oportunismo e destreza de Montero entre os centrais (já leva quatro golos marcados em dois jogos), na potência do remate e no sentido de colocação de Lima. Sem esquecer Cardozo, o "terror" de Rui Patrício, que após meses de ausência, treinou com a equipa principal e é provável que jogue em Alvalade.
Nos últimos dez dérbis em Alvalade a contar para a Primeira Liga, marcaram-se 23 golos (13 para o Benfica e 10 para o Sporting). Do lado do Benfica, os avançados apontaram seis dos 13 golos (cinco foram de Cardozo), tantos como os médios. Já os dez golos do Sporting, oito foram apontados por avançados (dois de Wolfswinkel, cinco de Liedson e um de Derlei), e dois pelos médios (Luis Loureiro e Vukcevic)
Seja como for, argumentos não faltam as duas equipas para proporcionar um bom espetáculo. O jogo, que se espera de grande intensidade, poderá ficar decidido nos detalhes. As bolas paradas poderão relevar-se cruciais no sábado.
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