A hasta pública para venda dos 11 hectares da câmara da Maia nos terrenos onde vai nascer a nova academia do FC Porto vai ser feita “nas próximas semanas”, revelou hoje o presidente daquela autarquia.

Segundo António Silva Tiago, que falava num encontro informal com jornalistas, a avaliação dos cerca de 11 hectares que aquela autarquia do distrito do Porto detém no local onde vai ser feito aquele equipamento, projetado para ocupar cerca de 20 hectares, já está concluída e “nas próximas semanas” o assunto será levado à reunião do executivo e a uma Assembleia Municipal extraordinária apara ser “analisado e votado”.

A nova academia do FC Porto vai nascer no futuro Parque Metropolitano da Maia, uma “área estratégica” de cerca de 350 hectares, que incluirá também uma academia de formação do Boavista.

“Nós queremos que o FC Porto tenha todas as condições para fazer ali a sua academia. Fizemos a nossa parte, aquilo que nos competia, estudámos o assunto. O nosso compromisso era por em hasta pública a nossa parte dos terrenos, cerca de 11 hectares, e quem pagar mais, compra”, afirmou o autarca.

Segundo Silva Tiago, “nas próximas semanas, finais de janeiro, inícios de fevereiro, a câmara estará em condições de abrir a hasta pública” para venda daqueles 11 hectares.

O autarca justificou ainda a opção pela venda em hasta pública daquela parcela “e não outra solução como doar os terrenos” ou cede-los: “Os terrenos tiveram um custo para nós, autarquia, não os podemos doar porque nos custou dinheiro”.

Sobre o projeto do Boavista, Silva Tiago disse que “essa parte está mais atrasada”.

Em setembro, o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa garantiu, quando discursava na gala Dragões de Ouro, que assinalou as celebrações do 130.º aniversário do clube, que a nova academia da Maia ia arrancar em 2024.

“O grande sonho que tinha da nossa academia vai ser uma realidade”, garantiu.

Em 31 de julho, a autarquia maiata aprovou por unanimidade em reunião extraordinária o programa estratégico para o futuro Parque Metropolitano da cidade, que vai dispersar um ‘campus’ tecnológico, residência sénior e zonas desportivas, entre outras valências, por mais de 376 hectares, dos quais 70 são propriedade daquela edilidade limítrofe do Porto, estando localizadas entre as freguesias de Nogueira e Silva Escura e de São Pedro Fins.

De acordo com o Porto Canal, o projeto englobará um estádio com características para acolher jogos da II Liga e os principais duelos dos escalões de formação, reunindo cerca de 2.500 lugares cobertos, parque de estacionamento, zonas de imprensa e balneários.

O futuro complexo concentra ainda nove campos relvados com dimensões oficiais e mais um de superfície similar para o futebol de sete, sob autoria do escritório de arquitetura de Manuel Salgado, que concebeu o Estádio do Dragão e o Dragão Arena, ambos no Porto.

Já o edifício principal vai ser composto por uma zona técnica desportiva e a denominada Casa do Dragão, espaço residencial reservado a atletas acolhidos pelo FC Porto, onde existirão quase 70 quartos duplos, áreas de estudo e lazer ou uma zona de restauração.