O presidente do Sporting, Godinho Lopes, e o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luís Guilherme, tiveram hoje uma reunião inconclusiva sobre o diferendo que opõe as duas partes.

Fonte próxima do processo disse à agência Lusa que «não houve um entendimento» neste encontro que se realizou com a intenção de serenar a tensão criada pelas críticas do Sporting à arbitragem e pela consequente escusa de João Ferreira de arbitrar o jogo entre Beira-Mar e Sporting.

Com a presença do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Fernando Gomes, como mediador, as partes expressaram os seus pontos de vista ao longo de três horas e meia, entre as 15h30 e as 19h00, mas da reunião, que decorreu num hotel de Lisboa, não saíram conclusões.

«O assunto não está encerrado, há intenção de continuar a conversar», disse à Lusa a mesma fonte, acrescentando que o presidente da Liga manifestou disponibilidade para continuar a servir de mediador neste processo, para tentar evitar que haja novos boicotes aos jogos do Sporting.

Na segunda-feira, os árbitros da primeira categoria reuniram-se em Leiria para analisar a situação e o encontro terminou sem consenso quanto ao boicote, havendo árbitros que se mostraram disponíveis para dirigir jogos do Sporting, que recebe o Marítimo, domingo, na próxima jornada.

A escusa de João Ferreira foi conhecida depois de o diretor desportivo do Sporting, Carlos Freitas, ter considerado que os erros do árbitro Carlos Xistra influenciaram decisivamente o resultado do Sporting-Olhanense (1-1), na primeira jornada, e após o jornal Record ter noticiado que a nomeação do ‘juiz’ de Setúbal para o jogo com o Beira-Mar tinha causado mal-estar em Alvalade.

Depois da renúncia de João Ferreira ser do domínio público, o presidente do Sporting, afirmou que «só os incompetentes se sentem pressionados».

Hoje, a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) decidiu abrir inquérito conjunto aos factos do jogo entre Beira-Mar e Sporting, para apurar se há matéria para instaurar processos disciplinares a João Ferreira e aos ‘leões’.

Caso a CD encontre matéria para abrir processo disciplinar, o árbitro de Setúbal pode ser punido ao abrigo do artigo 158.º do Regulamento Disciplinar, sobre incumprimento das nomeações ou a sua troca não autorizada, que prevê uma pena de suspensão de um a oito jogo.

A partida da segunda jornada, no estádio Municipal de Aveiro, acabou por ser dirigida por Fernando Idalécio Martins, árbitro da II divisão distrital, e terminou com um empate sem golos.