O espanhol Julen Lopetegui assinala na quarta-feira três meses desde que foi apresentado como treinador do FC Porto para 2014/15, com a missão de fazer esquecer a dececionante época anterior e devolver os "dragões" aos títulos.

Julen Lopetegui, apresentado ainda com um jogo da Liga de 2013/14 por disputar, frente ao Benfica, no Dragão, começou cedo a trabalhar e a definir estratégias para corresponder à confiança depositada em si pelo presidente do FC Porto, Pinto da Costa.

O líder dos "dragões" apresentou este basco nascido há 47 anos em Asteasu, Guipúzcoa, como tendo sido "a primeira, segunda e terceira escolha do FC Porto" para substituir o então interino Luís Castro, que rendeu o demissionário Paulo Fonseca.

Já com Lopetegui a assistir, o FC Porto encerrou a temporada frente ao Benfica com um triunfo por 2-1. A vitória perante o campeão não escondeu uma das piores épocas dos últimos anos, concluida com o terceiro lugar no campeonato, e o “onze” que subiu ao relvado no último, garantidamente, não se vai repetir agora.

O início do trabalho de Lopetegui na "oficina" do FC Porto foi marcado por várias ausências devido ao Mundial do Brasil2014, em que marcaram presença Mangala (França), Defour (Bélgica), Quintero e Jackson (Colômbia), Reyes e Herrera (México), Ghilas (Argélia) e Varela (Portugal).

Com Lopetegui chegaram 12 reforços para o FC Porto, entre eles cinco espanhóis, dos quais alguns já trabalharam com o técnico e outros para quem o facto de o basco ser o treinador pesou de forma decisiva no seu ingresso no plantel dos "dragões".

Cristian Tello, extremo de 22 anos emprestado pelo FC Barcelona - campeão europeu de sub-21 com Lopetegui -, e Óliver Torres, médio de 19 anos cedido pelo campeão espanhol Atlético de Madrid, são dois dos trunfos portistas para a nova época.

A Cristian Tello e Óliver Torres juntam-se os seus compatriotas Adrián Lopez (avançado, ex-Atlético de Madrid)), José Ángel (lateral-esquerdo, que estava emprestado pela AS Roma ao Sporting de Gijon) e Andrés Fernández (guarda-redes, ex-Osasuna), bem como o brasileiro Casemiro, médio de 22 anos, que chegou ao "dragão" por empréstimo do Real Madrid.

A lista de reforços portista inclui ainda o central holandês Martins Indi, nascido no Barreiro e que representava o Feyenoord, o médio argelino Braihimi, ex-Granada, e o defesa ganês Daniel Opare, ex-Standard Liége, que estiveram todos no Brasil2014 ao serviço das respetivas seleções.

O guarda-redes Ricardo (ex-Académica de Coimbra), o médio Evandro (ex-Estoril) e o avançado Sami (ex-Marítimo) são os restantes elementos já com conhecimento do futebol português que também integram a "revolução" em curso no Dragão.

Para entrarem uns, saem outros. Foi o que aconteceu com Fernando (Manchester City, Ing), Mangala (Manchester City, Ing), Licá (Rayo Vallecano, Esp), Abdoulaye (Rayo Vallecano, Esp), Varela, Ghilas e Josué, estes ainda sem destino.

O argentino Iturbe, que já não integrava o plantel de 2013/14, mas que mantinha vínculo contratual com os portistas, rumou em definitivo para o Hellas Verona, de Itália, tendo sido posteriormente vendido à Roma, e Jorge Fucile rumou em definitivo para o Nacional Montevideu.

Helton, Fabiano, Kadu, Danilo, Alex Sandro, Maicon, Reyes, Defour, Mikel, Herrera, Carlos Eduardo, Quintero, Ricardo Pereira, Jackson Martinez, Quaresma e Kelvin foram os jogadores que transitaram da última época e que, para já, entram nas contas de Lopetegui.

Apesar das muitas mexidas operadas, Lopetegui ainda não tem a "casa" completamente arrumada, até porque, de momento, conta com quase 30 jogadores, entre os quais o brasileiro Helton e o nigeriano Mikel, a recuperarem das respetivas lesões.

Para complicar ainda mais a sua missão, o treinador conta ainda com dois "reforços internos" que têm integrado a pré-temporada, nomeadamente o médio Rúben Neves, de apenas 17 anos, e o defesa Igor Lichnovsky, dos escalões de formação.

Numa pré-temporada com um estágio realizado em Horst, na Holanda, de 12 a 19 de julho, e outro que ainda decorre em Burton, Inglaterra, até 09 de agosto. o FC Porto realizou seis jogos de preparação, com diferentes graus de dificuldade, e apresenta um saldo de quatro vitórias e dois empates.

Após o 1-1 com o Everton e a duas semanas do arranque da I Liga, frente ao Marítimo, Lopetegui reconheceu que há aspetos a melhorar, mas considerou que o FC Porto está no bom caminho.