O presidente do Feirense, Rodrigo Nunes, mostrou-se hoje desagradado com a opinião de Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), relativamente ao alargamento da Liga, dizendo que este defende o desemprego.

O dirigente do Feirense considera que Evangelista «está a fazer lóbi para reduzir os postos de trabalho» e defende que a decisão tomada em Assembleia-Geral «não vai alterar a verdade desportiva».

«Trata-se de uma enorme aberração quando um presidente de um sindicato de uma atividade profissional apelida os clubes médios e pequenos de gente menor. Em relação ao Feirense deve estar a ver-se ao espelho. E está também a fazer um lóbi para reduzir os postos de trabalho, quando não é a favor do alargamento», declarou.

O presidente do Feirense lamenta a tomada de posição de Evangelista, alegando que em nada abona em favor dos jogadores profissionais.

«Nunca tinha visto um presidente de um sindicato lutar pelo desemprego. Sobretudo quando está em causa o facto de também beneficiar do dinheiro que os clubes pequenos e médios pagam», referiu.

Para Rodrigo Nunes a decisão tomada não colocará em causa a verdade desportiva, lembrando que «antes de o alargamento ter sido decidido, o que mais se ouvia é que há falta de verdade desportiva no futebol».

«Portanto, os mesmos que apregoam isso devem saber que não é por causa do alargamento que vai deixar de haver verdade desportiva. Ninguém gosta de ficar em último e a responsabilidade dos clubes vai aumentar, porque não há qualquer clube que queira ficar ligado a uma descida de divisão, mesmo que não se concretize», sustentou.

O dirigente espera ainda que a decisão seja levada avante em nome da maioria e da vontade dos clubes que votaram no alargamento.

«Pela primeira vez existe uma maioria dos pequenos e médios clubes e, para quem conhece a realidade do futebol português em outros tempos, percebe que o monopólio dos clubes grandes e a subserviência dos pequenos têm que acabar. Os clubes grandes não estão preocupados pelo facto de não haver descidas, mas pelo alargamento, porque sentem que estão a perder o poder. Em 32 clubes apenas seis votaram contra o alargamento. E, em quase 40 anos de democracia, seria muito grave se não fosse respeitada a vontade de uma maioria tão significativa», referiu.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) aprovou na segunda-feira em Assembleia-Geral o alargamento da Liga e Liga de Honra para 18 e 22 equipas, respetivamente.

A decisão, que já mereceu críticas de FC Porto, Sporting e Nacional, ter de ser ratificada pela Federação Portuguesa de Futebol.

O alargamento das competições profissionais foi uma das “bandeiras” de campanha de Mário Figueiredo, que sucedeu a Fernando Gomes – atual presidente da FPF -, na liderança da Liga de clubes.