Demolidor. Insaciável. Foi um FC Porto em modo ´rolo compressor` aquele que se apresentou no Estádio do Dragão perante o Paços de Ferreira, em jogo da 9.ª jornada da I Liga. A exibição foi um cartão de desculpas apresentado aos adeptos, gravado a letras de ouro, depois da derrota na Alemanha frente ao RB Leipzig na Champions, num jogo onde os de Sérgio Conceição estiveram muito longe dos pergaminhos exibidos. Mário Felgueiras foi o melhor em campo no lado pacense, pelo que o resultado final de 6-1 poderia ser pior para os ´castores`, tal a produção ofensiva da equipa de Conceição. Ricardo, Felipe, Aboubakar, Corona e Marega, este com um bis, fizeram os tentos dos ´dragões`, Welthon marcou para o Paços, naquele que foi o melhor golo da noite.

Conceição prometeu reação, mas poucos imaginavam a quantidade de ´raiva` acumulada numa equipa que viu questionada os seus argumentos e capacidade na terça-feira na Alemanha, numa exibição que não agradou a ninguém: jogadores, técnicos e adeptos.

O Paços de Ferreira, que não teve culpa nenhuma do descalabro portista na Alemanha, acabou por pagar as ´favas` e sucumbir perante um Dragão mortífero, poderoso e impiedoso, naquela que terá sido a melhor exibição da época: intensidade do início ao fim, criatividade, tabelas, velocidade pelo meio e pelas laterais. Poder de ´fogo` que Mário Felgueiras e companhia não teve como parar.

Aos 33 minutos já os 40121 espetadores que marcaram presença no Dragão tinham visto cinco golos e futebol de alto quilate. O vendaval começou a ´varrer` os castores logo aos quatro minutos, quando Ricardo tabelou com Brahimi e abriu as hostilidades. Quando Welthon respondeu para os Paços aos oito minutos, numa ´bomba` a 25 metros da baliza que José Sá não conseguiu travar, houve quem tivesse imaginado um jogo de resultado incerto até ao fim. Puro engano.

Os corredores do FC Porto estavam elétricos, principalmente o direito onde Ricardo emergia como o mais influente. Do outro lado, era Brahimi e Alex Telles quem deixavam a defesa pacense com a ´cabeça à roda`. E com tanta produção ofensiva de qualidade, o trabalho dos da frente fica facilidade. E quando não são os da frente, são os de trás.

Aos 18 Felipe foi lá a frente aproveitar um passe de Ricardo para fazer o 2-1. Marega aumentou para 3-1 aos 25 a passe de Aboubakar, depois de uma grande jogada atacante. O mesmo Marega fechou as contas da primeira parte aos 33, com o seu sétimo golo na I Liga, a cruzamento de Ricardo. O golo colocava-o como melhor marcador do FC Porto na prova.

Desengane-se quem pense que os homens de Vasco Seabra eram autênticos espetadores. José Sá, que voltou a ser aposta de Conceição, teve de intervir em duas situações para negar o golo aos castores. Do outro lado, Mário Felgueiras dava cartas, apesar de ter sofrido quatro golos. Já tinha travado remates com selo de golo de Marega, Marcano e Aboubakar.

A tarefa do técnico Vasco Seabra ia agigantando-se a cada golo, pelo que o técnico teve de fazer alguma coisa: tentou estancar a ´hemorragia` da sua defensiva, lançando o experiente defesa central Ricardo, para o lugar de Rui Correia.

O início do segundo tempo ficou marcado por uma perdida incrível de Danilo na pequena área, sozinho, a passe de Corona. A ´fome` do Dragão ainda estava longe do fim, pelo que se avizinhava mais sofrimento para os ´castores`. O 5-1 saiu dos pés de Filipe aos 55 minutos, mas o árbitro Manuel Oliveira, após consultar o seu fiscal-de-linha, anulou o golo por fora-de-jogo. Aboubakar está em posição irregular, à frente de Mário Felgueiras, mas não toca na bola, apesar de ter tentado.

Mas seria ´sol de pouca dura` já que o 5-1 apareceu mesmo, por Corona, aos 65, na recarga a um remate de Marega que Mário Felgueiras defendeu para a frente. A plateia do Dragão parecia insaciável, assim como os jogadores de Sérgio Conceição que, em momento algum, tiraram o pé do acelerador. Aboubakar, o único da frente que ainda não tinha marcado, a par de Brahimi, fez o 6-1 aos 72, a passe de Corona e igualou Marega com sete golos na I Liga. A defesa pacense ficou à espera de uma suposta falta do mexicano, mas o árbitro mandou seguir.

Ainda houve tempo para dar minutos a Hernâni e André André, poupar Danilo de um cartão que o tiraria do dérbi no Bessa e lançar Galeno que se estreou na Primeira Liga. Nos minutos finais, já em jeito de descompressão, Brahimi, o único da frente que não marcou, poderia ter feito o 7-1, mas Mário Felgueiras, o melhor do Paços, negou-lhe as intenções.

O FC Porto responde à derrota europeia com o RB Leipzig, fazendo uma exibição de gala e marcando seis golos, reforçando assim o estatuto de melhor ataque. Reforça também a liderança e fica com cinco pontos de vantagem sobre o Sporting,  à espera para ver o que fazem os ´leões` este domingo.

Veja o resumo do jogo

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