O treinador do Sporting, Rúben Amorim, revelou hoje que poderá utilizar a interrupção da I Liga de futebol, após o encontro de domingo com o Famalicão, para trabalhar um sistema tático de quatro defesas.

Ao comentar a ausência de jogadores dos ‘leões’ na seleção portuguesa, mas ao lembrar que Morita, Ugarte e Coates vão estar no Mundial do Qatar2022, o técnico já tinha referido que a ausência do defesa central seria positiva para “pensar a defesa de outra forma” e acabou, depois, por concretizar as suas ideias.

“Tirando o Seba [Coates], nós podemos fazer uma ou outra alteração durante estas semanas na defesa. Defender sempre com cinco, defender com quatro... O Seba tem umas características muito específicas, de central do meio. Vamos aproveitar cada minuto para melhorar a equipa no seu todo”, desvendou Amorim.

Para o técnico, o jogador que “precisa mais” da interrupção do campeonato é o grego Sotiris Alexandropoulos, que “apesar de ir à seleção, volta mais cedo”, mas também jogadores “como Dário [Essugo], que vão ter mais tempo com a equipa principal devido à ausência de jogadores do meio campo” podem sair beneficiados.

“O Arthur [Gomes] adaptou-se muito mais rápido, o Soto [Alexandropoulos] é o jogador, a meu ver, que precisa de mais tempo para se nivelar ao resto da equipa em termos de entendimento do jogo”, analisou Rúben Amorim.

Antes, o Sporting visita o Famalicão, um reduto onde Amorim nunca venceu “como treinador do Sporting”, mas quer inverter esse cenário, porque “a paragem vai ser longa e, portanto, é muito importante vencer este jogo”.

“Precisamos de ganhar e de ser consistentes em todos os aspetos. Não sofrer golos, ser bons nas bolas paradas, marcar golos, ganhar o jogo, segunda vitória consecutiva e a partir daí podemos construir uma paragem, treinando os jogadores que ficam cá e depois preparar o resto da época”, assumiu.

Para isso, Amorim não vai poder contar com Nuno Santos, que “não consegue recuperar” da lesão sofrida na última jornada da Liga dos Campeões, contra o Eintracht Frankfurt e continua no boletim clínico dos ‘leões’, juntamente com Neto e Daniel Bragança.

Sobre Francisco Trincão, que ainda não convenceu totalmente em Alvalade, o treinador leonino considera que se trata apenas de uma questão psicológica.

"Conheço bem o Trincão, não vimos metade dele, está a 50 por cento, é uma questão mental. Não pode ter pressa, tem de perceber que vai entender melhor o jogo e a equipa e as coisas vão sair. Quando está desbloqueado mentalmente e mais confiante, é um grandíssimo jogador. Trabalha e treina muito bem, vejo pelos jogos as sensações e o jogo, às vezes, não lhe está a sair, mas no treino a seguir treina cada vez melhor. Não está nem de perto nem de longe a desiludir, mas os jogadores têm um timing, como o Ugarte, que, de repente, ficou como ficou. O Marcus [Edwards] demorou seis meses. Uns precisam desse tempo, outros não, como o Pote, chegou aqui e parecia que estava a jogar no Famalicão", observou.

O Sporting visita o Famalicão no domingo, em encontro da 13.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, com início marcado para as 20:30, no Estádio Municipal de Famalicão, e arbitragem de Artur Soares Dias (AF Porto).

A equipa orientada por Rúben Amorim segue no quinto lugar do campeonato, com 22 pontos, a 14 do líder, o Benfica, e o treinador já tinha admitido publicamente que precisa da interrupção do campeonato para voltar a preparar a equipa e alguns jogadores para o resto da temporada.