Rui Borges fez este sábado a antevisão da partida entre Sporting e Farense, relativa à 20ª jornada da Primeria Liga, marcada para domingo, às 18 horas, no Estádio de Alvalade.
O treinador dos leões antevê um jogo complicado contra os algarvios, orientados por um técnico que Rui Borges bem conhece.
Sobre a onda de lesões, Rui Borges desdramatizou a situação, rejeitando o cenário de responsáveis específicos por tantos indisponíveis.
Quanto ao mercado, Borges preferiu focar-se na recuperação do plantel que tem à disposição, e comentou ainda a possível saída de Marcus Edwards.
O Farense: "É uma equipa que não está assim tão bem em termos de resultados mas é bem organizada. Quando o Tozé entrou estavam abaixo da linha de descida, preocupou-se com a linha defensiva, mas tem muita gente competitiva, homens rápidos e fortes nas transições. Conheço o treinador, organiza bem as suas equipas, ofensiva e defensivamente, é nisso que temos de estar focados. Estes jogos são difíceis, temos de tomar decisões rápidas no último terço e tomar boas decisões na decisão à perda, para não deixar o adversário sair. Às vezes não se torna bonito para quem vê e temos de nos adaptar ao que o jogo nos dá, como aconteceu com o Nacional, respeitando o adversário"
Ausências e mercado: "Temos tido várias lesões e pode parecer que estamos curtos por causa disso. Isso condiciona bastante, claro que queria ter todos os jogadores disponíveis e ter um plantel mais vasto. Preocupa-me mais em meter a malta a 100 por cento e recuperada do que com o mercado, que em janeiro é muito ingrato. Preciso dos indisponíveis. Para ir buscar as melhores soluções às melhores equipas do mundo é preciso muito dinheiro, nós também não os vendemos. Temos de nos focar no nosso dia a dia e nos jogadores que temos"
Saída de Edwards: "Não tenho problemas com ele, é um bom miúdo. Se sair é uma venda do clube, libertar um jogador que não está a ser solução, apenas isso. O Edwards não está a ser uma solução para o treinador, não é problema algum"
Saída de Hugo Viana: "Ele está connosco todos os dias, tem tido um compromisso fantástico com a equipa, é isso que posso dizer. Estou feliz por contar com ele todos os dias"
Poucos golos de bola parada e Alisson: "É jogador do U. Leiria, não posso falar dele. Quanto às bolas paradas, temos treinado sim, mas é um pouco inspiração de quem bate. Cada vez mais as equipas prepararam isso defensivamente, é um momento do futebol que se tornou mais importante nos últimos anos e torna-se cada vez mais difícil fazer golos dessa forma. O mais importante é sentir que eles estão focados, tentam marcar, estão ligados em todos os momentos"
Gyokeres e Morita: "O Viktor e o Morita estão em dúvida, é muito dia a dia, sentir como estão em cada jogo, vamos perceber se vale a pena correr ou não o risco. Foco-me nos jogos importantes. São jogadores com fadiga, o Quenda também... Temos de tentar gerir, uns são mais fáceis de gerir, outros nem tanto. É dia a dia e tomar decisões em cima do jogo"
Frustração de Gyokeres e onda de lesões: "Não há responsáveis, aqui não se procura culpados. Focamo-nos na solução e não no problema, arranjar bodes expiatórios não. Há coisas que não controlamos, os jogadores não são máquinas, tem a ver com a parte genética de cada um, o futebol é mesmo isso. Se fica frustrado? Vocês conhecem-no, deve ficar frustradíssimo, é um competidor nato. Mesmo quando não faz golos fica frustrado. A ambição dele é ajudar a equipa. Claro que tem a ambição de fazer golos, mas fica frustrado por não poder ajudar a equipa nesta fase do campeonato. Os outros também, o Pote , por exemplo... toda a gente quer ajudar"
Regresso de Pote: "Vejo Pote focado na recuperação, esse é o nosso foco, os jogadores não são máquinas, não é meter um euro e sair uma coca-cola. É muito o dia a dia, uns conseguem recuperar de forma mais rápida, outros não. Está a ser bem tratado para voltar a 100 por cento, há coisas que não controlamos. Não vale a pena falar em prazos, quando ele estiver a 100 por cento vai ajudar. Olhamos para eles e vemos que estão tristes, querem ajudar"
Sorteio da Champions: "Sorteio? O Borussia pode não estar muito bem no campeonato, mas na Champions fez dois jogos fortíssimos. Mudou de treinador... Fiquei feliz pelas datas dos jogos, primeiro em casa terça e fora quarta. É importante nesta fase porque temos muita malta cansada"
Debast, Quaresma e a mensagem aos jogadores: "O Debast felizmente não foi nada de grave e pode ser solução, o Quaresma já está recuperado e a trabalhar com a equipa. Em relação às linhas mestras, pode-se pensar que estamos confortáveis por termos uma vantagem de 6 pontos, mas a dificuldade é mantê-la e o meu foco é sempre o próximo jogo, tentar passar a melhor possível aos jogadores para fazer frente às dificuldades que os adversários nos colocam. A equipa está supermotivada. Estamos onde queremos, mas vai custar manter essa posição. Só que eles vão ser uns verdadeiros leões"
Arriscar utilização de Gyokeres ou Morita: "Os treinadores têm de pensar em tanta coisa, as pessoas não têm noção... As pessoas questionam porque usámos o Viktor 80 minutos com o Nacional, era um jogo importante. O jogo mais importante é o Farense. Se acharmos que o risco vale a pena, ok, se não não arriscámos. Se paro o Viktor é porque paro, se não paro é porque não paro... Para mim é explícito, é focar-me no próximo jogo, neste caso é o Farense. O FC Porto logo se verá. Se acharmos que chega ao clássico e o risco for grande... Não é por ser com o FC Porto, é por ser o próximo"
João Simões e Quenda: "Em relação ao Quenda, ele não podia estar melhor. Tem dado uma resposta fantástica, é um miúdo predestinado, com muita qualidade, vê-se que terá um futuro muito bom pela frente. Sinto-o comprometido em ajudar o Sporting, quer ser campeão. Fico feliz, ele também, mas isso deve motivá-lo para jogar ainda melhor. Estamos a falar de um miúdo de 17 anos. O Sporting na Champions tinha muitos miúdos sub-23 na equipa, ninguém se lembra disso. Esse interesse tem de o motivar para ser ainda melhor. O João Simões é um miúdo preparadíssimo para jogar a titular e já jogou. Vai responder sempre que for possível, mas nós como treinadores temos de pensar em muitas coisas. Na Champions se calhar ia ser titular, mas não estava a 100 por cento. São coisas que o treinador tem pensar, percebo que toda a gente faz uma equipa, mas tenho de ponderar tudo isso. É um miúdo comprometido e cheio de energia para ajudar a equipa"
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