O presidente do Benfica, Rui Costa, esteve presente esta sexta-feira na BTV, canal televisivo oficial dos encarnados, onde falou sobre o recente mercado de inverno do clube da Luz.

Desde as entradas de Marcos Leonardo, Benjamín Rollheiser, Gianluca Prestianni e Álvaro Carreras, às saídas de Gonçalo Guedes, Jurásek, João Victor, Musa e Chiquinho, o líder dos encarnados irá revelar tudo

Balanço do mercado: "Direi que a intenção é sempre melhorar o plantel e ajustar o que pode ser ajustado, acreditamos que fizemos um bom trabalho que acrescentámos jogadores que podem melhorar a equipa. Esperemos que seja proveitoso para o resto da época."

Saída de João Vítor: "Foi contratado o ano passado, numa altura em que tínhamos como centrais Otamendi, Vertonghen e Morato e precisávamos de um quarto central. Encontrámos no João Victor. O António Silva acabou por ser a grande surpresa, O João Victor chegou lesionado e acabou por perder espaço. Foi emprestado, mas face aos poucos minutos, ambas as partes acreditaram que era o melhor. Era a melhor solução para ambas as partes. Foi um jogador que não teve os minutos que se esperava."

Empréstimo de Jurassék: "O Jurásek tinha grande expectativa, até pelos números, e não me custa admitir que não teve o impacto que esperávamos, numa posição que não era nada fácil pelo impacto que Grimaldo tinha tido. Para anular alguma dúvida, não há nenhuma aquisição do Benfica que não tenha um entendimento do presidente e do treinador. Infelizmente para nós, Jurásek não teve o impacto que se esperava. Tendo em conta o quão custoso que foi, entendemos que fazer sair, ainda com a esperança que se reencontre, neste caso em concreto seria essencial valorizar este ativo. Tivemos de combater com muitos clubes, esses mesmos clubes mostraram interesse em tê-lo na sua equipa neste mercado. E acabou por acontecer isso. No final da época avalia-se a situação de novo."

Saída de Chiquinho: "O Chiquinho foi importante, principalmente o ano passado quando saiu o Enzo e esteve na equipa que nos levou ao título. Com o João Neves e a contratação de Kokçu, não teve os minutos que se esperava. Não foi extremamente vantajosa a nível financeiro, mas melhor do que se saísse livre. Esta época não teve os minutos que ele mesmo esperava. Pelo que sempre deu ao clube, entendemos que não merecia que lhe cortássemos esta oportunidade. Tinha contrato, se entendêssemos que era extremamente importante tinha ficado..."

Venda de Petar Musa: "O Petar é questão diferente dos outros, teve mais minutos, ainda assim. Com a recuperação, chamemos-lhe assim, de Arthur Cabral, a vinda de Marcos Leonardo e a aposta em Casper Tengstedt, fazia pouco sentido ter quatro avançados num modelo em que jogamos só com um. Com a proposta que apareceu, fez sentido fazer agora esta mudança, sabendo que o Petar era influente. Uma proposta que pode chegar aos 12 milhões de euros era vantajoso e corríamos o risco de ele ter menos minutos até final da época. Todas as partes envolvidas acharam que era oportuno aceitar a proposta, quisemos aceitar."

Fim do empréstimo de Gonçalo Guedes: "Não era nosso jogador, era do Wolverhampton. Infelizmente foi fustigado com lesões que o condicionaram para ganhar espaço. Tinha poucos minutos e ainda por cima não era nosso. Foi vontade muito grande do jogador, que nós respeitamos, ir para um clube, o Villarreal, que tem um treinador que o conhecia bem. Mas será sempre um de nós, o empenho dele foi sempre enorme. Ainda hoje não sabemos como aguentou o ano passado a jogar lesionado nos últimos minutos do jogo de Alvalade, com o Sporting. Não fazia sentido não aceitar a mudança dele para Espanha."

Saídas de Lucas Veríssimo e Gabriel: "O Lucas foi uma pena, como homem e como jogador. Teve a grave lesão no joelho e perdeu cerca de um ano de competição. Dentro desse espaço apareceram Otamendi, António Silva, Morato. Teve comportamento exemplar mesmo não jogando, foi importante no balneário, foi emprestado para o Brasil e chegou agora ao mercado de inverno... Havia a solução Corinthians e a solução para o Qatar, por uma verba boa. Gabriel não estava no plantel, nem no ano passado, não iria fazer [parte], vinha de dois empréstimos. A ano e meio de terminar contrato procurámos soluções para rentabilizar ativos, acabámos por rescindir e libertá-lo e não tendo, assim, mais encargos."

Chegada de Rollheiser: "Estava praticamente feito para o verão mas com a saída de Gonçalo Guedes e a possibilidade de só o começarmos a pagar na próxima época, trouxemo-lo agora porque entendemos que pode ser útil ainda esta época e para antecipar a sua adaptação. Quando trazemos um jogador desta idade, têm de ser suportados por outros jogadores que já estão no plantel. Temos no plantel jogadores abaixo de 24 anos, mas temos outros que podem ser a muleta de adaptação que é precisa. Entendemos que um sul-americano precisa de cinco/seis meses de adaptação."

Compra de Marcos Leonardo : "Com a carência de golos que tínhamos, entendemos ir buscar mais um avançado. Entendo que se esperava um avançado com mais experiência, mas nesse período nenhum clube vende barato um avançado que esteja a marcar 20 golos. Marcos só foi possível de contratar porque o Santos desceu de divisão, aproveitámos a oportunidade e as boas relações que temos com o Santos e só pagamos a partir da próxima época, o que é muito vantajoso para nós. O Marcos Leonardo dá garantias para o presente e para o futuro e ele tem mostrado a vontade de o trazermos já."

Empréstimo de Álvaro Carreras: "O Jurásek não teve o impacto que esperávamos, Bernat infelizmente praticamente não esteve ao serviço do Benfica devido às lesões. Chegando a este momento era necessário reforçar a lateral-esquerdo. Álvaro Carreras é jovem de 20 anos, com  bom andamento nas pernas, titular nos sub-20 de Espanha, escola do Real Madrid, estava identificado."

Prestianni: "Foi o último a assinar, mas o que foi feito mais cedo, praticamente feito no mercado de verão. Mas pela idade dele, só poderia vir em janeiro, quando fez 18 anos."

Benfica arrecadou 23 ME e gastou 28 ME no mercado de inverno:  "Conseguimos aportar ao plantel o que queríamos, sempre com equilíbrio financeiro. Já ouvi dizer que estamos a fazer 'all-ins', mas procuramos sempre, olhando claro para a parte desportiva, que a vertente financeira não fique desequilibrada. E foi isso que fizemos. Há mercados onde podemos ter que gastar mais do que outros, há outros em que a parte desportiva prevalece."