O presidente do Benfica, Rui Costa, afirmou hoje que quer que as eleições para os corpos sociais dos 'encarnados' se realizem com “toda a transparência” com o objetivo de ter “um clube unido, seja com quem for”.
Rui Costa, que tomou a palavra no final da Assembleia Geral que se iniciou na sexta-feira, frisou que não se opõe ao voto físico, aprovado nessa reunião magna, para as eleições agendadas para 09 de outubro.
“Da minha parte, quero transparência máxima, não posso propor uma coisa que vá contra os estatutos, não é o que eu quero. Quero que toda a gente tenha espaço para falar. Quero aquilo que todos querem. Debates. Que as eleições decorram com a máxima transparência. Que todos sejam ouvidos. Que o voto seja físico e que no final das eleições ninguém tenha dúvidas de como decorreu o ato. Não tenho problemas em relação a isso, estamos dispostos e, com certeza, que tudo será feito para que não existam dúvidas a partir de dia 09”, disse Rui Costa, sem adiantar se será ou não candidato ao sufrágio.
Alvo de críticas por parte de Francisco Benítez, até ao momento único candidato ao ato eleitora, Rui Costa frisou não ser “príncipe herdeiro de nada” e, quando questionado sobre o número de anos de sócio efetivo (um candidato à presidência do Benfica tem de ter no mínimo 25 anos de filiação), disse ter já 31.
“Podem pôr muita coisa em causa sobre mim, se tenho ou não tenho capacidade. Têm legitimidade para isso, mas não podem pôr em causa o meu benfiquismo, nem duvidar do que fui para este clube. Querendo toda a transparência e, para que uma noite como esta não se volte a repetir, há muita coisa que tem de mudar, de facto. Pela minha parte e da parte da minha direção, queremos, pós-eleições, que se discuta Benfica. Para que não se volte a acontecer uma noite como esta, a levantar suspeitas, não temos problema nenhum em propor que o voto seja físico. Que sejam eleições com tranquilidade, à Benfica, e que tenhamos um clube unido, seja com quem for”, salientou.
A AG aprovou na sexta-feira a constituição de uma comissão independente de sócios, com poderes conferidos, para organizar uma auditoria ao sistema de votação eletrónica utilizado nas eleições de 28 de outubro de 2020.
Nesse ato eleitoral, Luís Filipe Vieira foi reconduzido à presidência do Benfica, mas, em 15 de julho, apresentou a demissão do cargo.
O objetivo deste segundo ponto, que coloca em causa o sistema de votação eletrónica então utilizado, visa esclarecer o modo como se processou a recolha das urnas que continham os talões de voto emitidos, nomeadamente relações com empresas envolvidas no processo, termos da sua contratação, local de destino e/ou depósito das urnas, a integridade das mesmas e a intangibilidade dos talões.
Nesta reunião foi também discutido o processo de contagem dos votos nelas depositadas.
O quarto ponto da ordem de trabalhos visava a discussão e apreciação de proposta de Regulamento Eleitoral para as eleições do Benfica.
Apesar dos sócios presentes terem pedido a votação deste ponto, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, António Pires de Andrade, acabou por não a permitir por uma questão estatutária por não fazer parte da ordem de trabalhos.
Depois, em comunicado publicado no sítio oficial, António Pires de Andrade fez um comunicado aos sócios do Benfica, em que garante o voto físico em urna em Portugal continental nas eleições.
"Na sequência da Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 17 de setembro, a Mesa da Assembleia Geral aditará nos termos estatutários a convocatória divulgada hoje nos meios de Comunicação Social, designadamente, para promover o ato eleitoral através de voto físico em urna em Portugal continental", diz o curto comunicado.
A 24 de setembro, pelas 20:30 horas, os 'encarnados' volta a reunir-se em nova AG para apreciar e votar o relatório de gestão do exercício 2020/21, bem como o relatório do Conselho Fiscal.
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