O jogo entre o Maia e o Canelas, a contar para a Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto (AFP) acabou por se realizar, com a arbitragem de Rui Oliveira, que não acompanhou o boicote desejado pela associação da classe.
Rui Oliveira apitou a partida apesar do veto aos jogos do Canelas por parte da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) depois da agressão do jogador do Canelas, Marco Gonçalves, ao árbitro José Rodrigues no dia 02 de abril.
No seguimento dessa decisão do árbitro, Luciano Gonçalves, presidente da APAF, condenou a postura do juiz por aceitar dirigir um encontro para o qual os colegas haviam feito boicote.
"É inadmissível o que aconteceu. Esse senhor é tudo menos árbitro e só está à procura de protagonismo. Não faz sentido que tenha furado um boicote que foi feito para lutar pela segurança da classe", disse o dirigente à agência Lusa.
Num estádio com cerca de 500 espetadores, os olhos estavam todos postos nas duas equipas visitantes - a de arbitragem e a do Canelas.
Nas bancadas estavam algumas figuras conhecidas, nomeadamente a ex-maratonista Fernanda Ribeiro, Nelson Sousa, advogado de Março Gonçalves, e Lourenço Pinto, presidente da AFP.
Este último abandonou o estádio cerca de 20 minutos antes do final do encontro, não se mostrando disponível para falar com os jornalistas.
Os adeptos do Maia, ainda antes da partida iniciar, estavam apreensivos com o que poderia acontecer, ainda assim, convictos na vitória.
Alberto Almeida, sócio do Maia, era o rosto de um adepto triste com o estado do futebol.
"O que aconteceu em Rio Tinto envergonha o futebol português. E faz-me pensar no que pode hoje acontecer aqui. Independentemente disto tudo, fico contente que um árbitro tenha decidido arbitrar o encontro", disse à agência Lusa.
Num jogo que decorreu sem sobressaltos, o Maia colocou-se em vantagem aos 35 minutos, por intermédio de Pedras, antes de o Canelas chegar ao empate, aos 60, através de Rola.
A festa foi grande no banco dos gaienses que fizeram questão de celebrar com os cerca de 50 adeptos na bancada, sob o olhar atento da Polícia de Segurança Pública, que vigiava aquela zona do estádio.
No entanto, o Maia acabou por marcar mais dois golos e impôs a segunda derrota ao Canelas nesta fase da prova.
No final manteve-se o clima de tranquilidade e 'fair-play', com as equipas a cumprimentarem-se e os jogadores do Canelas a aplaudirem todos os adeptos presentes.
O capitão dos gaienses, Fernando Madureira, ofereceu a camisola ao advogado de Marco Gonçalves, Nelson Sousa, que se encontrava na bancada dos adeptos do Maia.
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