Chegou ao Benfica na temporada 2015/2016, depois de treinar o Vitória de Guimarães entre 2011 e 2015, e o Paços de Ferreira entre 2010 e 2011. Estes números fazem dele o treinador ‘resistente’ da I Liga. Vitória caminha para a nona época consecutiva na Liga, a quarta ao serviço do Benfica e é por isso, nenhum outro treinador atualmente ao serviço das 18 equipas da I Liga com mais épocas sem interrupção.

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Mas, a viagem de Rui Vitória nas rédeas do Benfica não tem sido um mar de rosas. Quando subiu para o barco dos ‘encarnados’, tinha nos ombros a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de Jorge Jesus, que tinha levado a equipa ao título em 2014/2015. Mas o treinador ribatejano respondeu às expectativas e consegui que o Benfica fosse campeão nas duas épocas na Luz.

O ‘adeus’ ao penta e o quase ‘adeus’ a Vitória

Já na terceira época a história foi diferente. As ‘águias’ estiveram perto de segurar o pentacampeonato mas as derrotas da equipa frente ao FC Porto e ao Tondela, aumentaram a insatisfação dos adeptos e a permanência de Rui Vitória na Luz esteve por um fio.

Rui Vitória não se coibiu de atirar os feitos no Benfica para se defender. “A época não correu bem, dentro daquilo que idealizámos. OK, não correu. Mas o que vamos fazer? Não sou rato do porão, nem me vou esconder. Conquistámos seis títulos em três anos. Há muitos treinadores e equipas por esse país que o fizeram? Não há! Queremos olhar para este fenómeno pequeno, olhemos, mas essa não é a característica da grandeza do Benfica, não é a visão que um grande clube tem de ter, porque temos de ser exigentes, mas também temos de ter a visão de helicóptero para analisar, com tudo o que há para criticar, com tudo o que há para pôr em cima da mesa. E sou o primeiro a assumir a responsabilidade”, garantiu ainda antes do final da época.

Mas, a última palavra foi a de Luís Filipe Vieira que forçou a estadia de Vitória no Benfica. Em todo o caso, despedir o treinador não sairia nada barato aos cofres da Luz, visto que o ribatejano tem contrato até 2020, e a saída antecipada obrigava o clube a pagar o salário de Rui Vitória até ao final do contrato, algo que ficaria perto dos quatro milhões de euros.

A descida ao inferno

Além de não conseguir segurar o pentacampeonato, com que os adeptos benfiquistas há muito sonhavam, Rui Vitória ficou ainda marcado pela fraca prestação do Benfica na Liga dos Campeões – seis derrotas e zero pontos deram ao clube ‘encarnado’ um título indesejado: a pior equipa portuguesa de sempre na Champions. A juntar a isto, esteve ainda a eliminação precoce do Benfica na Taça de Portugal e na Taça da Liga.

A sombra de ter perdido o campeonato para o FC Porto continua a seguir Rui Vitória e não vai sair tão cedo da memória dos benfiquistas, por isso mesmo, o treinador não tem margem de manobra para a próxima temporada: ganhar é imperativo.

A próxima época

Levar o Benfica de volta aos títulos e apagar a Liga dos Campeões da época passada, só assim Rui Vitória pode voltar a conquistar a confiança dos adeptos ‘encarnados’, admitiu o próprio. “É a reconquista, fundamentalmente dos títulos. Vamos à procura disso, e queremos que cada um dos benfiquistas tenha esta convicção”, disse Rui Vitória no regresso ao trabalho do Benfica.

Além disso, Rui Vitória parece já ter deixado a época transata para trás das costas. “A época passada está terminada. Fizemos a reflexão que tínhamos de fazer, mas começámos a trabalhar muito cedo nesta época, e o mais importante é olharmos para a época que aí vem.”

Para atingir os objetivos propostos, Rui Vitória foi ao mercado com a ideia de preparar “um plantel para aquilo que são as exigências que vamos ter”. O treinador ribatejano tem uma ideia de mercado específica, raramente gasta ‘rios de dinheiro’ em contratações e gosta de apostar em jogadores jovens e da formação benfiquista. No entanto, esta temporada foi diferente.

Até agora, o Benfica tem nove contratações: Odysseas Vlachodimos (Panathinaikos), Tyronne Ebuehi (Den Haag), Nicolás Castillo (Pumas), Germán Conti (Colón), Chiquinho (Académica), João Amaral (Vitória de Setúbal), Ferreyra (Shakhtar Donetsk), Alfa Semedo (Moreirense) e Lema (Belgrano).