A Sporting SAD teve um prejuízo de 5,8 milhões de euros (ME) no exercício entre 01 de Julho de 2010 e 31 de Março de 2011, menos de metade do registado em período homólogo anterior, que foi de 14,8 milhões.

O relatório e contas enviados hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mostra que este decréscimo coincide com o encaixe 18,85 ME proveniente da venda de jogadores – em particular João Moutinho e Miguel Veloso –, num período em que o Sporting desembolsou 6,6 milhões em aquisições.

No relatório, que diz respeito à gerência de José Eduardo Bettencourt, realce para o aumento das remunerações com pessoal, que atingiram o montante de 18,3 ME quando em período homólogo de 2010 se cifrou em 14,84 milhões.

Na nota informativa enviada à CMVM, a SAD do Sporting informou que os proveitos operacionais dos primeiros nove meses do exercício totalizaram 19,2 milhões de euros (ME), menos 1,6 milhões do que em igual período do exercício anterior.

Essa quebra nos proveitos é justificada com a eliminação da Liga Europa «em fase anterior à da época passada» e ainda com o facto de «não ter ainda havido esta época o encaixe de 2,1 ME relativo à participação no ano passado no “play-off” da Liga dos Campeões».

A SAD considera que os resultados referentes ao período compreendido entre 01 de Julho de 2010 e 31 de Março de 2011 são «consistentes com o que seria expectável face à performance desportiva e com os resultados obtidos no primeiro semestre», assinalando uma «melhoria de 09 ME face a idêntico período do exercício anterior».

De resto, os resultados desportivos são avaliados pela actual SAD leonina como «inferiores aos expectáveis», tendo em conta o «esforço financeiro feito com o investimento na equipa principal de futebol», esforço esse que está reflectido no acréscimo das rubricas «custos com pessoal», «amortizações» e «perdas de imparidade com passes de jogadores».

Por outro lado, a SAD ressalta que a evolução da situação patrimonial entre 30 de Junho de 2010 e 31 de Março de 2011 «reflecte o impacto da reestruturação financeira» decorrente do «aumento de capital, trespasse da Academia de Alcochete e emissão das VMOC’s».

«O capital próprio da sociedade sofreu importante evolução de 50,5 ME negativos para 8,7 ME positivos», pode ler-se na informação enviada à CMVM, na qual se refere, ainda, que o total do passivo «decresceu cerca de 16 ME» e o total do activo «aumentou nos primeiros nove meses», sobretudo devido à «incorporação nas contas do trespasse da Academia».