O Sporting de Braga parte para a época 2024/25 da I Liga de futebol com alguma turbulência a nível técnico. Os minhotos começaram com Daniel Sousa, resgatado ao Arouca no final da época passada, mas o técnico foi demitido após o empate na ronda inaugural da prova diante do Estrela da Amadora.

Para o seu lugar entrou Carlos Carvalhal, que vai comandar os arsenalistas pela terceira vez.  O objetivo é  fazer frente aos ‘três grandes’, mas sem assumir o sonho do título.

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O técnico de 58 anos, que assinou por duas temporadas, estreia-se na Suíça, quinta-feira, na segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, diante do Servette, após o nulo na Pedreira.

Com forte ligação ao Sporting de Braga, quer como jogador, onde se formou e jogou nos anos 80 e 90 do século passado, quer como treinador, Carlos Carvalhal inicia a terceira passagem pelo comando técnico do clube depois de 2006/07, em que saiu a meio, e das recentes temporadas 2020/21 (na qual conquistou a Taça de Portugal) e 2021/22.

Carlos Carvalhal não treina desde fevereiro, depois de sair do comando dos gregos do Olympiacos.

Na última temporada, os minhotos repetiram a classificação que mais vezes obtiveram na I Liga – o quarto lugar – e esse será o seu objetivo mínimo, mas sem nunca deixar de tentarem ‘morder os calcanhares’ aos ‘três grandes’ do futebol português e espreitar o pódio.

Contudo, e ao contrário do que aconteceu, por exemplo, no início da última temporada, o “sonho” de António Salvador de conquistar o título não será assumido publicamente.

“Não me ouvirão a falar em títulos e classificações, serão a natural consequência de uma mentalidade que todos têm que assumir desde o primeiro dia”, afirmou o presidente dos bracarenses a 24 de maio, durante a apresentação do treinador que veio substituir Rui Duarte, que orientou a equipa na condição de interino nas últimas sete jornadas depois da saída de Artur Jorge para os brasileiros do Botafogo.

O desafio de Carvalhal passa muito por dar a consistência defensiva que muitas vezes não existiu na equipa ‘arsenalista’ na temporada passada, porque do meio-campo para a frente, mesmo com alguma incógnita em relação aos reforços, o talento continua a abundar.

O Sporting de Braga contratou os centrais brasileiro Robson Bambu, que Daniel Sousa conhece bem depois de meia época no Arouca, e alemão Bright Arrey-Mbi, reforço mais caro (6,2 milhões de euros), assim como o defesa esquerdo polaco Wdowik, uma das figuras do campeão da Polónia.

Os responsáveis ‘arsenalistas’ inverteram a política de contratações, recrutando jogadores mais jovens e abdicando de alguns dos mais experientes, como José Fonte (40 anos), Pizzi (34), Borja (31) ou mesmo Ronny Lopes (28).

Saíram ainda jogadores influentes e já com alguns anos de ‘casa’ como os espanhóis Abel Ruiz e Álvaro Djaló, substituídos pelos compatriotas Gabri Martínez e Roberto Fernández, oriundos de escalões inferiores de Espanha.

O jovem médio uruguaio Thiago Helguera, o ala João Marques e o ponta-de-lança El Ouazzani são os outros reforços.

André Horta e Banza, goleador máximo da equipa na época anterior com 23 golos (21 no campeonato, igualando o recorde de Chico Gordo da década de 70 do século passado), são alvo de cobiça e podem sair até ao final do mês.