Um ano e cinco dias depois de ter iniciado a carreira como treinador principal, André Villas-Boas admitiu hoje que o título de campeão pode ser determinante para o seu percurso no FC Porto.
“Obviamente que o FC Porto terá de ser campeão. Se não for campeão, para o ano não estarei aqui eu, mas outro treinador”, admitiu o jovem técnico dos “dragões”.
No entanto, Villas-Boas, instigado a esclarecer a afirmação, limou a sua resposta, mas voltou a falar em risco calculado.
“Um treinador de 33 anos, que não ganhe o campeonato no FC Porto no primeiro ano, pela análise que faço, pode estar sujeito a ir dar uma volta para outro lado. Mais pela perspectiva geral, não é essa a minha ideia nem digo que seja essa a do presidente”, esclareceu.
O técnico do FC Porto considera que a sua equipa “tem estado bem” e “se calhar os outros é que não têm cumprido os seus objectivos”, ao mesmo tempo que explicava o porquê de não ter garantido o título logo no dia da sua apresentação.
“Não quis apresentar promessas de títulos, no meu primeiro dia, porque isso tornou-se num hábito e muitos dessas promessas ficam por cumprir. Queria afastar-me da mensagem apresentada por um predestinado. Queria fugir a essa colagem", disse , numa alusão clara a José Mourinho.
André Villas-Boas, que se estreou como treinador principal a 18 de Outubro de 2009 na vitória da Académica, por 2-1, frente ao Portimonense, em jogo a contar para a Taça de Portugal, admite que o “maior desafio” da sua vida foi deixar o conforto do Inter de Milão para assumir o comando técnico dos “estudantes”
“O meu grande desafio foi a Académica, até agora. Sair de Milão, trabalhando com um treinador de sucesso, com um salário anormal, para ir para a Académica, em último lugar, foi o verdadeiro risco”.
Ao fim de um ano como treinador, Villas-Boas faz um balanço positivo da sua curta carreira. “Não me sinto diferente, cumpri um ano como treinador e foi uma data especial para mim. Saí de Milão a 13 de Outubro, no dia 14 foi o primeiro treino na Académica e no dia 18 tive o primeiro jogo frente Portimonense. Foi um ano explosivo da Académica”, recordou.
Questionado sobre a atitude do presidente Pinto da Costa, quando este, em Istambul, veio a público defendê-lo, após a 13.ª vitória em 14 jogos, das criticas de que tem sido alvo, Villas-Boas contextualizou.
“Acho que este FC Porto não me permitiu sequer ser alvo. Tem cumprido os seus objectivos até agora. A imagem que passaram de mim foi de homem incapaz de resistir à pressão, de incoerente, após o jogo de Guimarães. O FC Porto tem-se mantido na senda de vitórias e tem permitido muito pouca crítica. Nesse sentido, a observação do presidente foi mais pela sua aposta e após o jogo do Guimarães", analisou.
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