António Simões, um dos homenageados esta quinta-feira na Assembleia da República e que protagonizou polémica recente com a direção, queixando-se de ter sido “censurado” pela BTV, enalteceu as "fantásticas epopeias" em que participou com restantes colegas de equipa, dos quais disse não serem apenas do Benfica, mas serem ‘o Benfica', tal como o próprio dissera de si há pouco tempo, lamentando que as suas palavras tenham sido interpretadas como "delírio" ou "impulso de vaidade".

"Na atualidade o presente tem um peso esmagador sobre o passado, algo que não poucas vezes se afigura profundamente injusto. Ainda garoto, andava quilómetros a pé e não me importava de esperar uma eternidade só para ver passar o autocarro do Benfica", afirmou Simões, recordando depois, entre outros, Eusébio: "[Eusébio] Veio a garantir o direito da imortalidade, mercê de um génio sem igual, ao ponto de colocar Portugal no mapa".

"Aqui nesta sala está a geração mais ganhadora da vida centenária do Benfica. Há tempos quando afirmei que ‘eu sou o Benfica’, houve quem interpretasse a expressão como um delírio egocêntrico ou um impulso de vaidade. Mas reafirmo. O que disse, a título de exemplo, até em tempos também disse sobre o Luisão. E digo aqui, meus caríssimos, Ângelo, Artur, José Augusto, Mário João e Cruz: vocês não são apenas do Benfica, vocês são o Benfica. É assim que eu, sem reservas, sempre classifiquei, classifico e classificarei aqueles que, em virtude de uma notável folha de serviço, tanto contribuíram par alavancar o Benfica", prosseguiu.

A terminar, António Simões salientou, para sua "felicidade", a obra feita pelo clube nos últimos anos , "o traço de modernidade, o Seixal, os títulos e honrarias", mas deixou um recado a finalizar: "Em meu nome pessoal e em nome dos meus companheiros, faço apenas um pedido: que haja sempre memória, haja sempre afeto, haja sempre gratidão."

"Foi a memória dos vossos feitos que nos desafiou a querer transformar a excecionalidade das vossas conquistas em algo de estrutural. Portugal é hoje referência internacional em várias áreas. O futebol é uma das maiores manifestações sociais, uma relevante indústria da economia nacional e uma plataforma para a internacionalização do país”, afirmou logo depois Luís Filipe Vieira.