O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) tornou hoje público o seu apoio ao Gil Vicente, que reclama o cumprimento do processo de licenciamento dos clubes que disputam a I e II Ligas.
O clube de Barcelos denunciou a existência de irregularidades financeiras por parte da Académica, Boavista e Vitória de Setúbal e ameaçou mesmo a Direção de Finanças de Setúbal que iria agir judicialmente contra o Estado e os funcionários envolvidos caso aceitasse que o clube sadino apresentasse os passes de alguns jogadores como garantia para o pagamento do valor em dívida à Administração Fiscal.
“O balanço do incumprimento por parte dos clubes há muito que está feito, envergonha-nos a todos e, sejamos sérios, a única entidade que o denunciou, combateu e procurou minimizar foi o SJPF”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo Sindicato dos Jogadores, que aplaude o Gil Vicente por se “associar nas críticas ao sistema em vigor”.
O SJPF avoca os louros da sua ação, que permitiu que “fosse criada a Comissão de Auditoria, o Fundo de Garantia Salarial, nas competições profissionais e não profissionais, o Controlo Financeiro durante a competição e que se deixasse de exigir as declarações de quitação aos jogadores”, considerando que a denúncia do Gil Vicente “permitirá ir mais longe para impor um sistema mais justo, leal e transparente e que acabe de vez com o fenómeno do incumprimento salarial”.
Para o SJPF o procedimento adotado está longe de assegurar “uma verdadeira igualdade entre os clubes e uma eficaz lealdade nas competições”, uma vez que se continua a admitir “o licenciamento de clubes com dívidas a jogadores e treinadores”.
“Desde logo, porque não são consideradas as dívidas anteriores às contraídas na época desportiva finda, neste caso, não foram consideradas as dívidas anteriores às respeitantes à época de 2014/2015, e apenas até abril de 2015. Depois, porque continua a aceitar-se que não existe dívida se tiver sido celebrado um acordo de diferimento do pagamento”, refere o SJPF no seu comunicado.
Não obstante, o SJPF reconhece alguns progressos “no sentido de a inexistência de dívida não ser atestada por declaração dos jogadores, mas por declaração de um Revisor Oficial de Contas”, mas contrapõe que “não se instituíram mecanismos que possibilitem à Comissão de Auditoria qualquer tipo de verificação das declarações feitas pelos clubes de que não têm dívidas a jogadores e treinadores”.
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