O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) vai apresentar às instâncias nacionais e internacionais da modalidade uma denúncia contra o empresário iraniano Majid Pishyar, proprietário de Beira-Mar, Servette e Admira Wacker, disse hoje à Lusa o presidente sindical, Joaquim Evangelista.

«O sindicato entende que compete aos diversos agentes do futebol prevenir estas práticas de gestão, corrigi-las e obrigar a que os dirigentes atuem de outra forma», afirmou Evangelista, em declarações à Lusa, acrescentando que a denúncia será apresentada na segunda-feira à Federação Portuguesa de Futebol, FIFA, UEFA, FIFPro, Associação Europeia de Clubes (ECA) e Associação das Ligas Europeias de Futebol (EPFL).

O objetivo, segundo o presidente do SJPF, passa por alertar estas instituições do futebol para as práticas de gestão evidenciadas e o seu respetivo impacto.

«O SJPF entende que compete aos diversos agentes do futebol prevenir estas práticas de gestão, corrigi-las e obrigar a que os dirigentes atuem de outra forma», frisou o sindicalista, admitindo que «o impacto da crise no futebol é grande, mas não legitima que os dirigentes possam cometer atos de irresponsabilidade que coloquem em causa os direitos dos futebolistas e dos outros trabalhadores envolvidos».

O presidente do SJPF reitera a necessidade de que os dirigentes assumam as suas responsabilidades, recordando o caso do clube suíço Servette, que conta com os portugueses Carlos Saleiro, Roderick, Barroca e Daniel Soares e é treinado por João Carlos Pereira e João Neves.

«Numa altura em que se fala do Fair Play Financeiro, impõe-se que não se fique pelas palavras e que as diversas instituições assumam as suas responsabilidades», concluiu.

Majid Pishyar declarou a falência do Servette, quinto classificado na Liga com 30 pontos, a 01 de março, e acordou a venda do clube de Genebra pelo preço simbólico de um euro ao canadiano Hugh Quennec, dono da equipa de hóquei no gelo Genebra-Servette Hockey Club, que vai assegurar as despesas correntes do clube durante 30 dias, examinar as contas do clube.