O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e a Associação Operária de Promoção Intercultural (AOPIC) assinaram ontem um protocolo de cooperação, com vista a “fomentar uma nova consciência social” sobre migrantes, imigrantes e populações marginalizadas em Portugal.

A cerimónia contou com a presença dos presidentes das duas instituições, Joaquim Evangelista e Arcadyo Trindade, respetivamente, e também do cantor Dino d’Santiago, na qualidade de presidente da Mesa da Assembleia-Geral da AOPIC, tendo decorrido na Casa da Cultura de Sacavém, em Loures, junto à Quinta do Mocho.

“Acreditamos na capacidade da cultura e intervenção cívica para fomentar uma nova consciência social sobre os problemas com que se debatem os migrantes, imigrantes e seus descendentes, as populações marginalizadas neste país, que não encontram a dignidade no trabalho e na vida que se exige em qualquer estado de direito”, começou por dizer Joaquim Evangelista, que elogiou o “projeto com inegável mérito” da AOPIC.

Considerando que o desporto “não é, infelizmente, apenas o espelho das conquistas das grandes equipas e atletas de elite, nem tão pouco um setor que funciona sempre como elevador social e espaço de oportunidades para os mais desfavorecidos”, o dirigente realçou o trabalho desenvolvido pelo sindicato no âmbito do futebol.

“O Sindicato dos Jogadores tem sido, quase sempre isolado, uma entidade que procura dar voz àqueles que sofrem as atrocidades do lado obscuro desta indústria, principalmente os jogadores estrangeiros vítimas de esquemas de tráfico, de auxílio à imigração ilegal, de burla ou falsificação de documentos, outros que, sob a aparência de falsos vínculos amadores, vivem a exploração de recrutadores e clubes”, contou.

É pelas “pessoas que viram no futebol em Portugal uma plataforma para o acesso à Europa e a melhores condições de vida e acabam em situações de abandono ou exploração” que o SJPF se associou à AOPIC, “num projeto que pretende colocar o desporto, e o futebol em particular, ao serviço desta plataforma de defesa dos direitos cívicos e laborais de comunidades marginalizadas ou desfavorecidas”.

“Vemos inúmeras possibilidades de colaboração direta, através da organização de eventos e campanhas de sensibilização, programas de desenvolvimento e apoio social, propostas conjuntas para combater a exploração laboral e as desigualdades e continuar a dar visibilidade e voz à comunidade imigrante no futebol português, que tanto nos tem dado e que nem sempre temos sabido tratar como merecem”, concluiu.

Já Arcadyo Trindade manifestou vontade em “usar a cultura e o desporto como meios para manter viva a discussão” sobre os problemas que atingem a comunidade imigrante, afirmando que as duas entidades encontraram “pontos de convergência”.

“Com esta parceria, podemos ajudar ainda mais e aprender muito com este trabalho do sindicato. Temos a certeza de que esta será uma parceria benéfica para todos. Juntos, iremos continuar a lutar por melhores condições de vida para imigrantes e trabalhadores. Por mais difícil que seja, sabemos que é possível avançar”, expressou.

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