Frederico Varandas deu uma entrevista à SIC, onde abordou o título do Sporting. Um dos temas abordados foi a contratação de Rúben Amorim por 10 milhões de euros. Uma decisão que não colhia aprovação do universo leonino. Os planos para contratar Rúben Amorim tinham surgido antes de o jovem técnico mudar-se para Braga.
"Ainda era um jovem treinador no Casa Pia e nós já o tínhamos numa possível lista para treinar a nossa equipa de sub-23. Entretanto, o SC Braga antecipa-se e contrata-o para a equipa B", recorda Varandas, antes de contar como foi a primeira abordagem aos minhotos para contratar o técnico.
"Tivemos uma reunião com o SC Braga e o presidente António Salvador começou logo a dizer que 'nem pensar, não podia ser'. Foi uma longa reunião, mas depois disse-me que, a acontecer, tinha de ser pelo valor da cláusula de rescisão. Pelo valor, não pela cláusula, porque se pagássemos a cláusula o valor não eram 10, eram 18 milhões de euros por causa dos impostos. Marcámos então uma reunião com o Rúben Amorim e foi aí que o conheci", recordou, à SIC.
A resposta de Rúben Amorim surpreendeu o próprio Frederico Varandas.
"Muito poucos treinadores aceitariam o convite que eu lhe fiz, porque ele sabia que ia ter os grandes atrás dele, nomeadamente o Benfica, que lhe iria escancarar a porta. Ele aceitou este desafio e eu nestes momentos sigo sempre a minha intuição. Não vou dizer que é um treinador perfeito, mas é um treinador perfeito para o meu projeto desportivo. A mesma linguagem, os mesmos valores, a mesma comunicação, a mesma humildade… No fim da reunião, o Hugo Viana pergunta-me: 'Vamos fazer mesmo isto?'. E eu respondi-lhe: 'Esquece o dinheiro. Arranjamos melhor treinador? Tecnicamente mais competente? Mais líder no balneário? É a pessoa certa?'. Então vamos embora", frisou.
A luta seguinte seria com o Conselho de Administração do Sporting. Varandas confessou que chegou a "colocar o lugar à disposição" por causa dos 10 milhões de euros pagos para ter Rúben Amorim.
"Expliquei ao conselho de administração. Percebia que eles podiam não concordar, mas sempre quis ser presidente para pôr o clube a vencer. Vou contra o mundo. No dia 3 de março recebi pessoas a dizerem-me que não podia contratar o Rúben. A minha mãe mandou mensagem a dizer que confiava em mim, que não iria arriscar 10 milhões num clube que ama. Disse ao Amorim: 'Vai ser a noite em que vou dormir mais tranquilo. Vamos mostrar que os três loucos tinham razão", sublinhou o presidente do Sporting, na entrevista à SIC.
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