Com 56,4 por cento de forasteiros, a Liga portuguesa de futebol é a terceira da Europa com maior percentagem de jogadores estrangeiros, ficando apenas atrás dos campeonatos cipriota (72,3) e inglês (58,4).
Segundo o "Estudo demográfico dos futebolistas na Europa", elaborado pelo Observatório dos Jogadores Profissionais de Futebol (OJPF), a que a Agência Lusa teve acesso, dos 408 futebolistas da Liga lusa, 230 são estrangeiros, registando um aumento de 24 comparativamente ao mesmo estudo, referente a 2009.
O registo luso é apenas batido, em termos absolutos, pelos ingleses (320), italianos (244), cujas ligas integram 20 clubes respectivamente, e cipriotas (240), só com 14 emblemas.
Além do acréscimo global do número de estrangeiros, os 16 clubes da Liga portuguesa, que, do total de transferências, só contrataram 29 por cento de portugueses, acentuaram ainda a preferência por futebolistas brasileiros, que aumentaram de 110 para 141 numa época, representando quase 25 por cento do total de “canarinhos” nas primeiras divisões europeias e 34,6 por cento do total de jogadores do principal campeonato luso.
Apenas a França, com 14 jogadores, e a Argentina, com 12, colocaram mais de 10 representantes em clubes portugueses, que integram jogadores de 36 proveniências.
Com 577 jogadores (mais 84 que em 2009), o Brasil continua a ser o mercado privilegiado dos clubes europeus, superando França (261), Argentina (233) e Sérvia (213).
Portugal, com 124 jogadores no estrangeiro, 39 deles nas cinco principais ligas (18 em Espanha, nove em Inglaterra, cinco na Alemanha, quatro em Itália e três em França), é o quinto exportador de futebolistas, sendo o principal fornecedor do Chipre (35) e o terceiro na Roménia (16).
Dos 408 dos jogadores dos clubes portugueses, 213 foram contratados esta época – uma média de 13,3 por emblema, um registo só superado pelo Chipre –, e, destes, 47,1 por cento a clubes estrangeiros (terceiro no “ranking” global e com 10 emblemas entre os 22 maiores importadores de futebolistas fora do espaço europeu).
O Benfica, com 72 por cento de jogadores contratados no estrangeiro, surge no quinto posto do “ranking” de importadores, enquanto o Marítimo, com 64,29 por cento, queda-se pelo 20.º lugar.
Os “encarnados”, com 44 por cento de contratações fora da Europa, lideram este “top 22”, seguido de Marítimo (terceiro), Portimonense (quinto), Vitória de Guimarães (sexto), Nacional (sétimo), FC Porto (nono), Naval 1.º de Maio (11.º), Paços de Ferreira (14.º) Sporting de Braga (15.º) e Vitória de Setúbal (21.º).
Com 19 contratações, os algarvios Olhanense e Portimonense foram os clubes mais activos no mercado, mexendo em 70,37 por cento, e só foram superados pelo Vitória de Setúbal, cujas contratações representam 70,83 por cento do plantel (17 contratações num total de 24 jogadores).
No pólo oposto, o campeão Benfica foi o clube que menos alterou a equipa (28 por cento), contando apenas sete “caras novas”.
A terceira edição do “Estudo demográfico dos futebolistas na Europa", elaborado pelo Observatório dos Jogadores Profissionais de Futebol (OJPF), reúne informações sobre idade, estatura, posições, nacionalidade, emigração e internacionalizações sobre 13108 jogadores, que jogam em 534 clubes de 36 ligas europeias.
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